| 06/05/2006 16h40min
Dois cenários no setor orizícola preocupam os pesquisadores: a estabilização do consumo no Brasil e os excedentes de produção. Porém, a utilização dos derivados de arroz na indústria de panificação é uma grande alternativa de mudança do quadro pessimista. Em busca de soluções o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) criou no final do ano passado o Centro de Excelência do Arroz. O seu objetivo é captar e difundir conhecimentos sobre o cereal na alimentação.
A indústria utiliza atualmente cerca de 10 milhões de toneladas de trigo na panificação. Com a possível entrada do arroz no segmento, estima-se que 3 milhões de toneladas do cereal serão escoados. Para a nutricionista Angélica Magalhães (Irga), 100% da massa dos biscoitos e do macarrão podem ser produzidos com farinha de arroz.
Para os pães elaborados com fermento biológico, os resultados são viáveis em uma mistura com no máximo 30% de farinha do arroz – a fermentação necessita do glúten (proteína do trigo). A cidade de Florianópolis (SC) é modelo na utilização do derivado nos alimentos. Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que é viável a utilização da farinha de arroz no programa de alimentação escolar de Florianópolis.
O estudo da UFSC desencadeou a inclusão do arroz em biscoitos com troca parcial da farinha de trigo, e com substituição total no caso do macarrão. O projeto da universidade verificou, ainda, a viabilidade nutricional, a aceitabilidade e a redução de custos. O programa atende a 25 mil crianças da rede municipal de ensino da capital catarinense e é um grande exemplo de que é possível melhorar as condições dos orizicultores, agregar valor nutricional e reforçar a saúde da população.
A comercialização de macarrão e de farinha de arroz já ocorre no varejo de alimentos do Rio Grande do Sul e em supermercados de Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, os dois produtos são encontrados em grandes redes de mercados. Segundo estimativas da Companhia Nacional
de Abastecimento, a safra
deste ano deve chegar a 11,7 milhões de toneladas, com o Estado respondendo por 55% do total.
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