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Conversas entre supostos militantes da Al-Qaeda, a rede de Osama bin Laden, gravadas pela polícia italiana nos 13 meses anteriores aos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos faziam referências a "grandes ataques" no país. Um dos trechos incluiria elogios a uma operação "terrível" planejada por "um louco", segundo o jornal italiano Corrieri della Sera.
Em uma das primeiras gravações, interceptada em 12 de agosto de 2000, o xeque iemenita Abdulsalam Abdulrahman fala a Abdelkader Mahmoud Es Sayed, um egípcio radicado na Itália, a respeito de um grande ataque contra os inimigos do Islã, envolvendo aviões e o céu, um golpe "que estará escrito em todos os jornais do mundo".
A conversa foi gravada por um aparelho de escuta colocado no carro de Es Sayed, que havia acabado de receber o iemenita no Aeroporto de Bolonha.
Nas gravações, Abdulrahman também faz referências "ao perigo nos aeroportos" e diz que
"naquele país (que autoridades interpretaram como
sendo os EUA) o fogo já foi aceso e só está esperando pelo vento".
Segundo o Los Angeles Times, Es Sayed já era conhecido havia algum tempo pelas autoridades norte-americanas. Ele foi condenado em seu país pela participação em um atentado que matou 58 turistas nos templos de Luxor, em 1997, e também era procurado na Itália. Autoridades dos EUA acreditam que Es Sayed seja o organizador de uma célula terrorista em Milão da rede Al-Qaeda. Em julho de 2001, o egípcio fugiu para o Afeganistão, depois que alguns de seus cúmplices foram detidos.
O chefe do departamento antiterrorismo da polícia de Milão, Massimo Mazza, confirmou a veracidade das gravações. Segundo Mazza, seu gabinete entregou a transcrição ao promotor Stefano Dambruoso, que encabeça a investigação sobre células da Al-Qaeda na Itália.
O Corriere della Sera afirmou que o FBI (a polícia federal americana) ajudou os especialistas italianos a decifrar as conversas gravadas. As autoridades do governo dos EUA devem analisar as declarações.
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