O presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse que a assembléia de credores, prevista para esta terça-feira, poderá ter em pauta apenas duas propostas para a avaliação dos credores. De acordo com o executivo, ficaria mantida a oferta do consultor Jaime Toscano, que diz representar investidores europeus dispostos a injetar US$ 2 bilhões na companhia, e haveria a unificação das propostas do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e da consultoria Alvarez e Marsal – apoiada pelo governo.

Bottini afirmou que é favorável à proposta de unificação por considerar que este modelo oferece mais opções aos investidores, já que a fusão das duas propostas permite a escolha da compra da Varig Doméstica – que ficaria com as rotas nacionais – separada da Varig Internacional, como prevê a proposta da Alvarez e Marsal ou ainda a aquisição da Varig operacional com todas as rotas domésticas e internacionais, separada do passivo.

Pelos planos do TGV, o valor mínimo para leilão da Varig operacional seria de US$ 860 milhões, enquanto que a consultoria Alvarez e Marsal avalia que apenas a Varig Doméstica valeria US$ 700 milhões.

O presidente da Varig adiantou, no entanto, que a proposta de unificação dos dois modelos continua sendo avaliada em reunião na noite desta segunda-feira entre representantes dos credores, do TGV e da consultoria Alvarez e Marsal, na sede da Varig, no Centro do Rio.

– A princípio, temos ainda três propostas na mesa: a de Jaime Toscano, e isoladamente a da Alvarez (e Marçal) e a do TGV, mas se a proposta de unificação dos dois modelos for aprovada hoje (segunda-feira), as propostas originais do TGV e da Marçal desaparecem, dando lugar a este plano unificado. O clima da reunião é bom e eu sou favorável a este modelo de unificação – declarou.

Pela manhã, a assembléia de credores da Varig, marcada para esta segunda-feira, chegou a ser aberta, mas foi suspensa sob a alegação de que, por motivos de segurança, seria inviável realizar o encontro devido à superlotação do auditório da Fundação Ruben Berta (FRB), na Ilha do Governador. No momento da suspensão do encontro, cerca de 530 pessoas já haviam se credenciado para a assembléia e outras 150 aguardavam na fila para entrar.
Mesmo antes de a assembléia ser oficialmente adiada, os principais credores da Varig já estavam reunidos, discutindo um modelo de unificação. A previsão, segundo fontes ligadas à Varig, é que a reunião da noite desta segunda-feira, em que se discute a proposta de fusão dos dois modelos, termine nas próximas duas horas.

A nova assembléia de credores foi marcada para esta terça-feira, às 9h, no hangar da Varig, no Aeroporto Santos Dumont, Centro do Rio.

AGÊNCIA O GLOBO