Os credores da Varig em assembléia realizada na terça no hangar da companhia, no aeroporto Santos Dumont, centro do Rio, aprovaram o plano de recuperação unificado apresentado pela consultoria Alvarez e Marsal e pelos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). Credores da classe um (trabalhadores) votaram com 98,63% dos créditos em prol do plano unificado, e credores das classes dois (com garantias representados pelo fundo de pensão Aerus) e três (sem garantias representados por Infraero e empresas de leasing) aprovaram a proposta com 100% dos créditos.

Os investidores poderão optar por comprar a companhia em leilão com as rotas nacionais e internacionais, batizada de Varig Operacional, ao preço mínimo de US$ 860 milhões, ou adquirir só a parte doméstica, a Varig Doméstica, ao valor-base de US$ 700 milhões. Nas duas situações, o comprador não leva a dívida.

No primeiro caso, os débitos vão para uma unidade chamada Varig Relacionamento, que integrará as áreas de vendas e prestação de serviços. No segundo, as dívidas ficam com a Varig Internacional.

Em ambos os casos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concederá ao investidor um empréstimo-ponte (utilizado para capital de giro até o leilão) no valor de US$ 100 milhões, cujos detalhes serão anunciados em breve pelo banco. O leilão será realizado 60 dias após a aprovação do plano.

O investidor que obter o empréstimo-ponte poderá participar do leilão pagando um lance apenas do restante do valor estabelecido como preço mínimo, que é de US$ 860 milhões, ou poderá pedir reembolso corrigido do valor investido.

Outra proposta apreciada pelos credores hoje foi apresentada pelo consultor Jayme Toscano, que diz ser representante de investidores europeus e ofereceu cerca de US$ 1,9 bilhão pela companhia. Essa proposta foi rejeitada.

De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pelo menos 27 empresas estão habilitadas para participar do leilão da Varig. Companhias estrangeiras também poderão participar de consórcios que disputarão a Varig desde que atendam o limite estabelecido por lei, de 20% de participação.