| 12/05/2006 11h15min
Se tudo der errado na organização dos Jogos Pan-americanos do Rio/2007, o Governo Federal está disposto a assumir o que for necessário para garantir a realização do evento.
– Uma bela realização credencia o Brasil para outros eventos internacionais. Uma má-realização é a desmoralização – afirmou o ministro dos esportes Orlando Silva Júnior, na noite desta quinta, durante encontro com o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo Martorelli.
Para Silva Júnior, o assunto extrapola o aspecto regional.
– Os Jogos são do Brasil. É uma questão de responsabilidade solidária – disse.
Apesar da postura decidida, ele garantiu que o Governo Federal está confiando na palavra da Prefeitura e do Governo Estadual do Rio de Janeiro e que considera viável seu cumprimento.
– Acho que é possível (o cumprimento dos prazos e compromissos). Se o Governo decidir fazer, dá – declarou.
Não há prazo estipulado pelo Governo para descartar a possibilidade de tomar a frente do compromisso, mas o ministro afirma que todo processo está sendo monitorado.
– Se no limite eles (Prefeitura e Estado) não cumprirem, o Governo Federal se dispõe a assumir, a fazer o que for possível para que o Pan seja realizado – garantiu.
A organização dos Jogos no Rio tem sido marcada por impasses jurídicos e problemas técnicos nas obras necessárias. O complexo do Maracanã, por exemplo, que receberá os jogos de futebol e vôlei, está com o cronograma atrasado. O caso ficou tão grave que levou a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) a desistir de usar o ginásio do Maracanãzinho para o Campeonato Mundial, em agosto.
– O Maracanã é o que mais preocupa – admitiu o ministro, para quem o Governo Federal tem feito sua parte nos projetos.
De acordo com Silva Júnior, Brasília investirá R$ 1,200 bilhão nos Jogos, respondendo por quase metade dos valores envolvidos.
– Começamos com uma porcentagem de 7% e chegamos a quase 50% – calculou. Nos próximos dias, o Governo deve repassar R$ 60 milhões para as obras no Autódromo de Jacarepaguá, fonte de vários processos judiciais da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) contra a Prefeitura.
O dinheiro já foi liberado, mas o repasse não foi feito porque a Prefeitura tem pendências financeiras com o Ministério do Trabalho e pela legislação brasileira isso impossibilita que receba recursos voluntários do Governo. Além do autódromo, a organização dos Jogos Pan-americanos também enfrentou problemas com as obras do Estádio João Havelange, o Engenhão. A posse do terreno pertente à massa falida da Rede Ferroviária Federal, que está em liquidação, o que impede o fechamento do anel exterior ao estádio.
Sobre os impasses jurídicos envolvendo as obras do Pan, o ministro assegura não se preocupar.
– A administração esbarra nestas questões, mas acho que está na média pelo montante envolvido. O Engenhão está em negociação e o autódromo foi um item isolado. Acho que, talvez, faltou um pouco de diálogo e se demorou demais no autódromo – minimizou o ministro.
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