| 15/05/2006 07h00min
O Grêmio irá esperar pelo lançamento do livro de memórias de Paulo Cezar Lima, o Caju, dia 24, para decidir as medidas que irá adotar contra o ex-jogador. Em um dos trechos de sua biografia, Paulo Cezar denuncia que a maioria do time tomou droga, referindo-se aos jogadores que participaram da conquista do Mundial em Tóquio, em 1983. O Grêmio pode tomar medidas judiciais contra o ex-jogador.
Um resumo do livro, intitulado "Dei a volta na vida", foi publicado sábado pelo jornal O Globo. E provocou a indignação dos dirigentes do clube, que estavam no Rio para a partida contra o Botafogo.
Apenas nesta segunda o presidente Paulo Odone buscará informações mais detalhadas sobre o livro. Informado ainda no sábado pelo vice-presidente Tulio Macedo das denúncias de Paulo Cezar, Odone disse ter sido surpreendido. Lembrou ter sido visitado pelo ex-jogador dia 10 de abril, quando Paulo Cezar participou em Porto Alegre da festa promovida pelo vereador e jornalista João Bosco Vaz.
– Até dei um abraço nele e providenciei um carro para levá-lo ao hotel – revelou o dirigente.
– Não vou deixar agredirem o Grêmio e sua história – antecipou Odone, dando a entender que o clube pode recorrer à Justiça.
Citado na obra como um dos participantes da reunião em que foi sugerida a utilização de doping contra o Hamburgo, o superintendente Antônio Carlos Verardi reagiu com veemência.
– Recebo as informações com surpresa e indignação. Estou assombrado. Não sei de onde ele tirou isso. É uma grossa e deslavada mentira – disse Verardi, que já era o supervisor do clube em 1983.
Diretor de futebol na conquista de Tóquio, o atual vice de finanças Tulio Macedo lembra que Paulo Cezar ainda na sexta-feira lhe pediu um favor, cujo teor não revelou, quando esteve no hotel em que a delegação do Grêmio havia se hospedado no Rio.
– É, ao mesmo tempo, uma fantasia e uma mentira dele. Deve ser a forma que encontrou para vender o livro – criticou Tulio.
Integrante da equipe que se sagrou campeã mundial, o ex-gerente de futebol do Grêmio Mário Sérgio revelou que Paulo Cezar era rejeitado por todo o grupo. E teve sua escalação na decisão em Tóquio bancada pelo ex-treinador Valdir Espinosa.
– Ele passa por dificuldades. É dura a vida de um ex-atleta, sobretudo se ele não se organizou para a aposentadoria – comentou Mário Sérgio, hoje comentarista de televisão.
– É uma pena que ele queira manchar uma conquista da qual participou. Por que não dá nomes? – questiona o ex-jogador Tarciso.
– Que ele ao menos dê os nomes e não manche a carreira de todos – afirmou.
Ironizando, o assessor de futebol Renato Moreira disse que Paulo Cezar certamente não terá condições de arcar com os custos de uma eventual condenação na Justiça por suas denúncias.
LUÍS HENRIQUE BENFICA/ ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.