| 15/05/2006 18h04min
O doutor em ciência política e ex-assessor do Ministério da Defesa Gunther Rudzit disse hoje que não tem cabimento pensar em guerra civil em razão dos ataques criminosos ocorridos no Estado de São Paulo desde a noite de sexta-feira. A onda de violência resultou na morte de 81 pessoas, entre policiais e criminosos, segundo balanço oficial divulgado hoje pela secretaria estadual de Segurança Pública.
– Somente há guerra civil quando grande parte da população se volta contra o governo com alguns objetivos: tomar o poder ou conseguir criar um novo Estado. O que vemos em São Paulo não corresponde a nenhuma dessas situações. O que vemos é um problema de segurança pública – disse.
Questionado sobre a necessidade de o governo federal colocar as forças de segurança à disposição do governo paulista, ele disse não ter certeza se a força federal faria diferença. Segundo ele, São Paulo tem hoje cerca de cem mil homens na polícia. Para Rudzit, a onda de violência no estado não deve durar muito tempo.
– A crise está sendo comandada por uma facção criminosa que tem a maior parte do seu lucro vindo do narcotráfico. Nesse estado de policiamento, a venda de drogas cai e o dinheiro que alimenta essa facção também cai. Então, manter o ataque vai prejudicar, sem dúvida nenhuma, o negócio deles – disse.
A autoria da série de violência tem sido atribuída à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A suspeita ainda não foi confirmada pelas autoridades do Estado.
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