| 16/05/2006 09h23min
O presidente boliviano, Evo Morales, acredita que as multinacionais e a embaixada dos Estados Unidos em La Paz estão tentando provocar problemas econômicos e sociais em seu país para impedir as reformas.
– Segundo as informações de que disponho, algumas multinacionais trabalham nessa linha, assim como a embaixada dos Estados Unidos em La Paz, que continua nos provocando e agredindo – afirmou Morales em entrevista publicada hoje pelo jornal francês Le Figaro.
Um exemplo da atitude hostil dos EUA, segundo Morales, é o fato de que foi o único país que não enviou representantes diplomáticos quando o núncio apostólico visitou a Bolívia, um "sinal de desprezo".
O presidente também reclamou que Washington se nega a dar vistos de entrada a senadores bolivianos.
Em relação à aliança com Cuba e Venezuela, Morales explicou que "quando dizem que Hugo Chávez é meu tutor, respondo que Chávez é o tutor de todo o povo boliviano". Ele afirmou que os venezuelanos gozam de uma situação econômica melhor que a dos bolivianos "graças à soberania que exercem sobre seus recursos naturais", e que por isso "ajudam sem pedir compensações".
Quanto a Cuba, "ajuda a desbloquear a Bolívia do ponto de vista social, nos terrenos da saúde e da alfabetização". Além dessas alianças, ele comentou que "o governo espanhol também se comprometeu a anular a dívida para financiar programas de educação", assim como o Banco Mundial, "pela primeira vez". Outros países europeus e o Japão estudam o mesmo caminho.
O presidente boliviano queixou-se que para ter direito às ajudas dos EUA "é preciso satisfazer a 16 critérios". Por isso criticou a Alca, cuja sigla interpretou como "Acordo para Legalizar a Colonização das Américas".
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