| 16/05/2006 17h40min
O Equador se uniu à Bolívia e à Venezuela e abriu fogo contra as operações da gigante americana de petróleo Occidental Petroleum Corp no país. O governo revogou o contrato da empresa nesta segunda-feira, depois de acusá-la de vender parte de um campo de petróleo sem autorização. A companhia diz que está comprometida com suas obrigações no Equador e que ainda espera que haja uma solução para o caso.
As ações da Occidental caíram 2,35% hoje, depois que executivos da empresa se reuniram com representantes do governo equatoriano, que foram escoltados por policiais dentro da sede da empresa. O presidente Alfredo Palacio está sob pressão de grupos de indígenas da região petrolífera amazônica, que acusam a Occidental de explorar o petróleo sem trazer benefícios sociais à população local. A Occidental também virou foco das críticas ao imperialismo americano.
O surpreendente cancelamento do contrato aconteceu pouco mais de duas semanas depois que o presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou as reservas de gás natural de seu país e ocupou militarmente os campos de exploração e produção. A ação da Bolívia despertou em Wall Street o receio de que o presidente venezuelano Hugo Chavez, famoso pelas críticas aos EUA, influencie outros líderes da América do Sul contra os Estados Unidos e inicie uma campanha pelo controle estatal sobre recursos naturais.
O principal negociador do Equador na questão disse que a tomada do campo de petróleo impediu que o desejo dos Estados Unidos de iniciar tradados de livre comércio fosse adiante.
– Estamos desapontados com esta decisão e esperamos que a situação seja esclarecida – disse Kurtis Cooper, porta-voz do Departamento de Estado Americano.
– Cada país tem as suas razões para agir da forma que está agindo. Isto está acontecendo em todos os lugares, não apenas na América Latina. As empresas de petróleo estão lucrando muito e os governos querem uma fatia maior desses ganhos – disse Rob Cordray, diretor da consultoria Houston PSC Energy.
A estimativa do governo equatoriano é de que o governo passe a receber mais US$ 100 milhões por ano com o cancelamento do contrato com a Occidental. O ministro de Energia do país, Ivan Rodriguez, disse que o Equador está estudando a possibilidade de uma joint-venture com outras empresas estatais latino-americanas para a operação dos campos que eram da Occidental. A empresa é a que mais investiu no Equador e extrai cerca de 100 mil barris de óleo por dia do país, ou 20% da produção equatoriana.
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