| 17/05/2006 16h40min
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), confirmou hoje que informações da CPI foram parar nas mãos de líderes do PCC. Segundo Pimenta, na quinta à noite, o delegado titular do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) de São Paulo, Rui Ferraz, informou à comissão que depoimentos haviam vazado.
Segundo o delegado, os presos estavam ouvindo as fitas da reunião por celular. Na sexta, a CPI comunicou o fato à direção da Câmara e foi aberto um processo no qual o Departamento de Polícia (Depol) e a Polícia Federal agiram junto com a polícia de São Paulo e chegaram ao nome de Arthur Vinicius Pilastre Silva, funcionário da empresa que presta serviços de sonorização à Câmara.
Silva foi chamado a depor no Depol na segunda e desde o começo admitiu o vazamento. Os depoimentos de Ferraz e do diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho, foram vendidos por R$ 200 aos advogados de
Marcos Camacho, conhecido com
Marcola. Camacho é um dos líderes do PCC.
Durante a sessão da CPI em que o funcionário terceirizado foi ouvido, Pimenta perguntou mais detalhes sobre a transação. Para o deputado, o ocorrido é a prova de que advogados estão agindo como pombos-correios do PCC.
– Estão agindo como bandidos. Tem que se pedir à Justiça a prisão imediata desses advogados – enfatizou, fazendo referência ao suborno proposto pelos advogados Maria Cristina Souza Rachado e Sérgio Wesley da Cunha, que queriam a gravação do depoimento prestado por Rui Ferraz e pelo diretor do Deic.
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