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 | 18/05/2006 00h11min

BR garante distribuição de combustível à Varig até sexta

Neste período, companhia aérea não precisará pagar à vista

Depois de quase seis horas de reunião, a Varig e a BR fizeram um acordo emergencial: até sexta-feira, a distribuidora continuará fornecendo combustível à companhia aérea sem cobrar à vista.

Está marcada uma nova audiência entre as duas, no Tribunal de Justiça do Rio, para as 18h de sexta-feira. O objetivo é concluir a negociação sobre os prazos de pagamento pedidos pela Varig. A companhia aérea quer que a BR estenda o prazo de pagamento pelo combustível até o leilão de ativos da Varig, que deve ocorrer daqui a 52 dias. A Varig quer dar como garantia recebíveis de cartões de crédito. A advogada da Varig, Glenda Romano, não quis informar se o pedido da Varig foi bem-recebido pela BR.

A BR Distribuidora vem contabilizando um prejuízo diário de R$ 2,3 milhões com a suspensão do pagamento à vista do querosene de aviação vendido à Varig. Desde a semana passada, a estatal já acumula perdas de R$ 13 milhões. A dívida total da Varig com a BR está em torno de R$ 70 milhões.

Desde a última quinta-feira, respaldada por uma decisão do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Varig vem comprando o combustível sem a necessidade de pagar por ele no ato. Mas a BR havia entrado com um embargo de declaração e um agravo de instrumento na Justiça, na tentativa de reverter o quadro.

Antes do resultado da reunião desta quarta-feira, a presidente da BR Distribuidora, Maria das Graças Foster, declarou ter "absoluto respeito" pela decisão do juiz e garantiu que a empresa acatará a decisão. Mas disse que a diretoria da BR Distribuidora está "indignada com a interferência do juiz em uma relação comercial, madura, saudável e de longa data":

– Não há como imaginar que uma distribuidora possa financiar, e colocar parte expressiva de seu lucro, em uma empresa que não se sustente no negócio de combustível – disse.

A executiva contou ainda que desde janeiro a BR vem cobrando da Varig o mesmo preço pelo QAV, sem considerar reajustes. No acumulado do ano, o preço do combustível acumula alta de 15,4%. Maria das Graças Foster, no entanto, descartou a possibilidade de que a empresa aérea pague pelo combustível adquirido com recebíveis. Desde dezembro do ano passado, a Varig vinha antecipando o pagamento do querosene de aviação comprado.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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