| 18/05/2006 08h28min
Tudo bem, até o mais desavisado habitante da zona rural da Mongólia sabe que o candidato a dono da Copa é Ronaldinho. Mas em pelo menos um aspecto o camisa 10 da Seleção ainda não chega perto de Marcos Evangelista de Morais, o interminável Cafu.
O capitão do Brasil chega à Alemanha para bater recordes.
E não são recordes quaisquer. São marcas que, uma vez batidas, têm grandes chances de jamais serem superadas. Em 16 anos (a estréia foi em 12/6/1990, diante da Espanha), ninguém vestiu mais vezes a camiseta da Seleção. Será também o único a disputar quatro finais seguidas e erguer duas taças em toda a história do futebol caso o hexa passe do sonho à realidade.
Quando a Seleção estrear diante da Croácia, Cafu terá exatos 36 anos e uma semana de vida. Com essa idade, a maioria dos jogadores de elite está abandonando a carreira ou começando o trajeto de volta aos clubes do país de origem. Menos ele. Cafu segue titular absoluto no Milan, para muitos o
maior clube de futebol do planeta.
Sem o talento de Ronaldinho, assenta seus recordes em três pilares: fôlego incomum, nervos de aço e persistência. Mesmo prestes a completar 36 anos, vai ao ataque e volta para marcar como se tivesse estreando no São Paulo de Telê Santana, nos anos 90. É o pulmão.
– Cafu, vai tomar... – gritavam em coro 150 mil vozes no Maracanã durante a derrota por 1 a 0 para a Argentina, despedida do país antes do embarque à França, em 1998.
Cafu não se abateu. Criticado no Brasil, terminou o Mundial na seleção da Fifa. São os nervos de aço. Antes de se profissionalizar, rodou em nove peneiras nos grandes clubes paulistas. É a persistência, talvez a mais comovente de suas virtudes, testada outra vez este ano. Um problema nos meniscos o levou à mesa de cirurgia. Seria o fim do interminável Cafu? Muitos apostaram que sim.
– Em duas semanas estarei novinho em folha – avisou ainda no hospital, antes da artroscopia no joelho.
Estava certo. Na última rodada do Campeonato Italiano, contra a Roma, domingo último, lá estava Cafu, correndo do primeiro ao derradeiro minutos dos acréscimos. Pronto para correr em busca dos seus recordes.
DIOGO OLIVIER/ ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.