| 18/05/2006 16h47min
O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu à Bolívia nesta quinta-feira que indenize as empresas estrangeiras de petróleo que tiveram seus ativos nacionalizados a partir do Decreto publicado no dia 1º de maio. Em sua primeira entrevista coletiva à imprensa depois de tornar-se o porta-foz do fundo, o paquistanês Masood Ahmed pediu ao governo boliviano que mantenha as negociações com as empresas estrangeiras.
Segundo ele, é preciso ao menos compensar as empresas em função dos seus bens que foram nacionalizados. Ele também defendeu conversas sobre novos contratos de exploração do gás e sobre um possível aumento dos preços para o Brasil e a Argentina.
– Acreditamos que a decisão do governo de nacionalizar o setor de hidrocarbonetos tem potencialmente conseqüências de longo alcance – disse.
Uma delegação do FMI está em La Paz para analisar a situação econômica do país, em um processo conhecido como Artigo IV, que o organismo promove com todos os seus membros, ao menos uma vez por ano. O FMI não conta com um programa de crédito para a Bolívia, já que o presidente do país, Evo Morales, não quis renovar o que venceu em 31 de março.
Na semana passada, o ministro da Fazenda do país, Luis Arce, disse que seu país poderia bater novamente à porta do organismo financeiro para cobrir seu déficit fiscal de US$ 270 milhões previsto para este ano. Caso isso realmente aconteça, analistas avaliam que a Bolívia terá que considerar recomendações sobre o setor de hidrocarbonetos que vão em direção contrária às práticas atuais.
Em uma visita a La Paz no ano passado, o diretor gerente do FMI, Rodrigo Rato, disse que se a Bolívia não permitir a entrada de mais investimentos privados em energia, o país ficará exposto a conseqüências econômicas "dramáticas".
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