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 | 22/05/2006 13h13min

Associados do Previ devem eleger administrador até dia 29

Eleição definirá dirigentes do maior fundo de pensão da América Latina

Até o dia 29, cerca de 158 mil associados do maior fundo de pensão da América Latina escolhem, pelo voto, as pessoas que vão gerir um patrimônio bilionário. O Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil (BB), fechou o ano passado com patrimônio de R$ 83,1 bilhões e participação acionária em gigantes como Brasil Telecom, Vale do Rio Doce e Embraer.

Para gerir o Previ, sete chapas concorrem desde o dia 15 na mais disputada das eleições desde que os associados passaram a escolher parte da diretoria, em 1992 – o presidente é indicação do BB.

O grupo vencedor vai lidar também com pressões políticas: as relações entre governo federal e diretorias dos principais fundos de pensão de estatais vêm sendo questionadas, e a independência do Previ e a gestão técnica do fundo são reivindicações comuns da oposição. O gaúcho Leônidas Albuquerque, candidato a diretor-executivo pela chapa Previ Acima de Tudo, diz que um dos problemas da atual gestão é a falta de transparência nos processos de decisão.

– Há gente que contribuiu por até 50 anos, em períodos críticos, e não se conforma em ver informações distorcidas. Antes havia a confiança absoluta na direção do BB, mas de 10 anos para cá isso mudou  – diz.

Para Albuquerque, ser mais conservador na hora de investir um dinheiro que sustenta o benefício de 78 mil pessoas também é necessidade. Segundo ele, mais de 60% do investimentos do Previ são feitos em papéis de empresas na bolsa de valores - um índice alto demais, na sua opinião. Outros 30% estão em títulos do governo e 10% foram para empreendimentos imobiliários.

Não é só recursos para a aposentadoria dos trabalhadores do banco que o Previ garante: junto com outros fundos, é peça importante na economia, segundo o economista da GRC Visão Thiago Davino. A compra de ações de outras empresas na bolsa ajuda a alavancar o crescimento de outras companhias.

Entre 2004 e 2005, os recursos do Previ passaram de R$ 70,4 bilhões para R$ 83,1 bilhões, mesmo que as contribuições tenham sido bem menores do que o pagamento de benefícios. Isso porque o fundo obteve um rendimento de R$ 15,4 bilhões com suas aplicações. São justamente as injeções de recursos que tornam os fundos importantes, diz Davino:

– Às vezes, acontece de o fundo comprar parte da própria empresa de origem, como Petros e Petrobras.

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