| 23/05/2006 20h31min
O Brasil inicia nesta quarta os treinos para a Copa em situação oposta à dos principais rivais ao título mundial e em meio a um ambiente poucas vezes visto nas últimas décadas. A seleção raramente chegou às vésperas de um Mundial com tanta tranqilidade, sem pressão da torcida, com o time 100% definido e sem jogador contundido.
Carlos Alberto Parreira começa a planejar a caminhada para o hexacampeonato exatamente como sonhava: em paz. Apesar da obrigação de ser campeão - como o próprio treinador definiu – o time chegou a Weggis, na Suíça, tomado por clima de tranqilidade, sem cobranças. Conta, afinal, com histórico recente extremamente positivo, com a conquista da Copa das Confederações de 2005, da Copa América de 2004 e do Mundial de 2002.
A maioria dos atletas fechou a temporada européia com o moral elevado. Ronaldinho e Edmílson ganharam o Campeonato Espanhol e a Liga dos Campeões. Emerson foi campeão italiano, enquanto Zé Roberto e Lúcio levaram o título alemão. Kaká teve mais um bom ano pelo Milan e Ronaldo chega motivado com a possibilidade de se tornar o maior artilheiro na história dos mundiais.
Parreira já escolheu os 11 titulares que colocará em campo na estréia diante da Croácia, dia 13 de junho, em Berlim, e recebeu elogios da maioria dos brasileiros pela lista de convocados. Fato raríssimo em se tratando de seleção brasileira.
Há quatro anos, Felipão foi bombardeado por não ter levado Romário para a Copa na Ásia. E Zagallo passou pela mesma situação em 1998. Cortou Romário por contusão. Quatro anos antes, Parreira sofreu pesadas críticas por utilizar esquema supostamente defensivo. Para ajudar ainda mais a comissão técnica agora, o departamento médico recebeu os 23 atletas em boas condições. Ninguém sofre com problemas físicos.
– Isso é um sinal altamente positivo, concreto, saudável – festejou Parreira.
Nem o peso de Ronaldo é motivo de polêmica.
– Ele está no peso ideal. Agora é só trabalhar o lado técnico e principalmente tático do time. – garantiu o treinador.
Não bastasse a boa fase do Brasil, os adversários teoricamente mais perigosos sofrem com uma série de problemas. A Argentina vê um de seus melhores jogadores, o atacante Lionel Messi, se recuperar lentamente de contusão. A Inglaterra dificilmente contará com Wayne Rooney, provavelmente seu principal atleta no momento – o atacante está machucado. Na Alemanha, o técnico Jrgen Klinsmann não consegue encontrar a formação ideal e recebe críticas de todos os lados. E, na Itália, a imprensa e alguns políticos pedem a saída de Marcelo Lippi, suspeito de ter convocado alguns jogadores para a seleção por interesse pessoal.
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