O tema central do programa de governo do candidato a presidente do PSDB, José Serra – ainda sem data para ser lançado –, será a geração de empregos e o crescimento. O Plano Real, segundo o coordenador do programa, o prefeito de Vitória (ES), Luiz Paulo Vellozo Lucas, é considerado tema superado “porque já é patrimônio do Brasil”. Técnicos ainda trabalham na formatação do programa, cujas linhas gerais partem de Serra e de seus discursos de campanha.

Em visita a Porto Alegre para participar do seminário Brasil-Itália, no Centro de Eventos São José, do Hotel Plaza São Rafael, Lucas disse que a turbulência na área econômica não deverá alterar o cronograma da equipe que trabalha no programa de Serra. O prefeito acusou a oposição de exagerar nas críticas à equipe econômica e com isso colocar o mercado em risco:

– A real fragilidade da economia, como o tamanho da dívida imobiliária da União e seu financiamento, além do déficit público, acaba sendo exagerada pela oposição, que tenta passar um diagnóstico de fracasso.

Para Lucas, que prefere trocar a palavra “fracasso”, usada por seus adversários, por “sucesso”, quem paga é o mercado e não propriamente Serra. Mas ele também vê um ponto positivo na campanha. Diz que mesmo os adversários passaram a usar expressões como fim do alongamento compulsório de dívida, fim de rupturas e crescimento econômico e das exportações.

Ontem pela manhã, dia 13, Lucas tomou café da manhã com o candidato do PT ao governo do Estado, Tarso Genro. Apesar das diferenças ideológicas e programáticas de seus partidos, Tarso afirmou que entre eles as questões partidárias são secundárias. Enquanto tomavam café, falaram sobre as dificuldades financeiras do país e a provável polarização da disputa eleitoral entre os candidatos a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Serra.

Tarso foi convidado a participar, nos dias 11 e 12 de julho, em Vitória, de um seminário da Frente Nacional de Prefeitos que terá um debate com os candidatos a presidente. Em abril, quando deixou a prefeitura da Capital, Tarso passou o cargo de coordenador da Frente a Lucas. Segundo eles, a troca de comando do PT para o PSDB não deverá provocar mudanças de rumos nas reivindicações feitas pelas prefeituras das capitais ao governo federal.

RODIMAR OLIVEIRA