| 30/05/2006 20h48min
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que os partidos terão cinco dias para refazer o requerimento da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades na compra de ambulâncias, conhecida como CPI dos Sanguessugas. A comissão não pode ser instalada porque, segundo Calheiros as assinaturas estavam precedidas da expressão "lista de apoiamento", o que contraria o regimento do Senado, que proíbe apoio, dando à lista o caráter de autoria.
– Caso entrasse com o mandato de segurança, o Supremo Tribunal Federal iria interferir e dizer que se trataria de questão interna da casa – disse.
O prazo foi dado em resposta a uma questão de ordem feita pelo vice-líder do PPS na Câmara, deputado Raul Jungmann (PE). O deputado baseava-se em determinação expressa na Constituição de que havendo assinaturas, fato determinado para a investigação e apontados os recursos necessários, uma CPI deveria ser instalada imediatamente. Calheiros apontou a possível irregularidade nas assinaturas como obstáculo, mas concedeu prazo para que o requerimento seja refeito.
– Agi sempre com as lideranças partidárias em todas as CPIs, como a de Compra de Votos e dos Correios – disse Calheiros lembrando que a decisão foi tomada em conjunto com as lideranças partidárias.
A decisão, no entanto, provocou reação imediata do vice-líder do PV na Câmara, deputado Fernando Gabeira (RJ). Gabeira foi um dos primeiros propositores da CPI, e acusou Calheiros de estar tentando proteger o PMDB, que tem muitos nomes entre os possíveis envolvidos na investigação.
– Ao usar um artifício desses para evitar uma CPI, vossa excelência está passando o trator por cima da minoria, e pode esperar muitos coquetéis molotov, que é a forma da minoria se defender – advertiu.
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