Em Nova York e no Rio de Janeiro, a Varig começa a decidir seu futuro. Executivos da empresa levam hoje ao juiz Robert Drain, da corte da cidade norte-americana, o edital do leilão de segunda para tentar evitar a retomada de aeronaves que estão com leasing em atraso.

Enquanto isso, na sede da empresa, no Rio, começam as demonstrações para investidores interessados em comprar a parte operacional da aérea. Segundo a companhia, até agora 11 grupos habilitaram-se para fazer proposta, entre os quais a Gol Linhas Aéreas e a OceanAir.

Hoje é um dia importante porque, embora a empresa não confirme, em torno de 20 aeronaves correriam o risco de serem retomadas. A dívida total com os arrendadores chega a US$ 50 milhões. Como a Varig tem 71 aviões (cerca de 50 em operação), a retirada de parte da frota causaria paralisação de diversas rotas e significaria um choque na credibilidade do plano de recuperação judicial.

O trunfo para convencer Drain está no item do edital que prevê que o comprador da Varig precisará desembolsar US$ 75 milhões em até 72 horas após o encerramento do leilão, na segunda-feira. O dinheiro reforçará o fluxo de caixa da empresa na transição para o novo dono.

O prazo para os investidores tomarem conhecimento sobre a situação financeira da Varig se encerra no domingo. Além de Gol e OceanAir, outras companhias haviam manifestado interesse, como WebJet e TAM, mas ontem não quiseram confirmar se se cadastraram ao leilão.

– Será uma semana de emoções fortes – disse o diretor de controladoria e relações com investidores da Varig, Ricardo Bullara.

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