| 31/05/2006 16h04min
A companhia Petróleos de Venezuela (PDVSA) não atuará nos maiores campos de gás da Bolívia, operados pela Petrobras com a participação da empresa hispano-argentina Repsol YPF, afirmou hoje o governo da Bolívia.
O presidente da empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado, chamou a versão sobre a suposta entrada da PDVSA nas jazidas San Alberto e Sábalo, no sul do país, como "uma especulação do tamanho dos dois campos".
– Tão gigantesca que eu não aceito esse comentário porque pode prejudicar o país e acho que é de grande má fé – disse Alvarado a canais de televisão locais.
Os dois campos, que também têm participação da francesa TotalFinaElf, produzem 70% do gás exportado para o Brasil. Com a nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada em 1º de maio pelo presidente Evo Morales, passarão a pagar 82% de impostos.
Alvarado garantiu que o investimento da PDVSA na Bolívia, de cerca de US$ 2 bilhões em diferentes áreas, será realizado "naqueles locais onde as empresas transnacionais não quiserem entrar" por haver mais riscos. A companhia petrolífera venezuelana terá participação de 49% nos negócios, e a boliviana YPFB, de 51%.
– Isto não nos foi oferecido por nenhum investidor, nenhum país, nos propôs condições tão favoráveis. Mas quero rejeitar categoricamente as especulações de que a PDVSA estaria vindo substituir qualquer empresa – apontou.
Alvarado disse ainda que os trabalhos de prospecção da PDVSA levarão de 20 a 30 anos em áreas inexploradas no país. Ele rejeitou as versões sobre a possível saída da Petrobras da Bolívia após a nacionalização das refinarias da petrolífera em Santa Cruz e Cochabamba.
O presidente da YPFB acrescentou que a empresa descartou essa opção através de Arturo Castaños, diretor da filial boliviana da estatal petrolífera brasileira.
Representantes da Petrobras e da YPFB se reuniram nesta terça para analisar a aplicação do decreto de nacionalização. Um dos assuntos é a forma como a Bolívia indenizará a empresa brasileira.
Alvarado defendeu que o Estado pague com gás e petróleo pela aquisição das instalações, e que o faça por vários anos para não abalar as receitas bolivianas.
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