| 17/06/2002 09h59min
O contigente da Polícia Federal (PF) deverá praticamente dobrar com a criação do braço fardado da corporação, a Polícia Federal Preventiva. A iniciativa deverá ser anunciada nos próximos dias pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Pela proposta, encaminhada à Presidência da República pelo ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, serão contratados 6 mil agentes de nível médio, que terão a missão de fiscalizar portos, aeroportos e toda a região da fronteira. A Polícia Federal tem hoje 7 mil homens.
O objetivo do governo é intensificar o combate ao narcotráfico e ao contrabando de armas. Além das atividades específicas da polícia, os agentes da nova corporação deverão ajudar os fiscais da Receita Federal e dos ministérios da Saúde e da Agricultura. O secretário-geral da Presidência, Euclides Scalco, confirmou que o assunto está na agenda do governo.
– Esta questão está sendo discutida entre os ministérios da Justiça e do Planejamento – disse Scalco.
O Ministério do Planejamento, responsável pela ordenação das despesas do governo, emitiu parecer favorável e os detalhes da negociação serão acertados hoje numa reunião entre auxiliares de Reale e do ministro do Planejamento, Guilherme Dias. Depois, o texto será levado para aprovação de Fernando Henrique. É possível que os detalhes sobre o assunto estejam decididos até quarta-feira, dia 19, no segundo aniversário do Plano Nacional de Segurança Pública. Se depender da vontade de Reale, Fernando Henrique criará a Polícia Federal Preventiva por medida provisória.
O objetivo é evitar uma tramitação excessivamente longa no Congresso. A nova corporação deverá atuar em áreas vulneráveis ao crime organizado. Há dois anos, a CPI do Narcotráfico detectou que muitos portos e aeroportos brasileiros estão vulneráveis à ação do crime organizado. O policiamento ao longo de mais de 16 mil quilômetros de fronteira é considerado ínfimo. O governo federal vai dedicar esta semana à segurança pública.
Na quarta-feira, Fernando Henrique deverá anunciar um acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que permitirá o incremento de importantes medidas do Plano Nacional de Segurança Pública. Uma delas será a implantação dos plantões sociais nas delegacias da Polícia Civil. Segundo o projeto, assistentes sociais e psicólogos, entre outros profissionais, vão ajudar a polícia a resolver pequenos conflitos que abarrotam as delegacias, principalmente nas periferias das grandes cidades.
Na quarta-feira, Reale terá uma reunião com os secretários estaduais de Segurança Pública. A criação da polícia federal fardada agrada à cúpula da Polícia Federal. A instituição está prestes a receber algumas atribuições de fiscalização em aeroportos que hoje estão a cargo do Departamento de Aviação Civil (DAC). Cada agente deverá receber salário de aproximadamente R$ 2,5 mil. Os candidatos terão que ter apenas o segundo grau completo.
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