O presidente da Varig, Marcelo Bottini, culpou a insensibilidade do governo pelo agravamento da crise da companhia. Segundo ele, o governo federal precisa "enxergar que a empresa é um problema de Estado, da sociedade".

Declarações do presidente Lula de que o governo não iria ajudar uma empresa falida detonaram, em abril, uma crise cujo prejuízo, com a queda nas vendas, é calculado pela companhia em US$ 50 milhões.

Bottini ressalta que a gestão atual da empresa é profissional, depois do afastamento da Fundação Ruben Berta. O presidente da Varig disse estar confiante de que a solução para a empresa começará com a abertura dos envelopes no leilão de venda, nesta quinta.

Apesar do otimismo de Bottini, o clima no data room, na sede da Varig, no Rio, onde interessados analisam informações financeiras da empresa, é de incerteza. Seis grupos pagaram R$ 60 mil para acessar os dados. Os compradores não sabem que ativos estão à venda. Ainda seguem os questionamentos sobre a possibilidade de o novo dono ser cobrado por dívidas passadas.

Hoje, representantes de associações de funcionários da Varig reúnem-se para decidir se entrarão na Justiça para impedir o leilão. Eles entendem que a antecipação de venda, que ocorreria apenas em julho, desvalorizará a companhia.

ZERO HORA