| 12/06/2006 21h42min
Os laudos dos médicos legistas sobre 492 mortos baleados no Estado de São Paulo foram entregues nesta segunda-feira pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) aos órgãos da Justiça. As mortes ocorreram durante a semana de ataques atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O relatório destaca que o apogeu da violência, com 117 mortos a tiros, foi a segunda-feira, dia 15 de maio, quando as atividades na capital quase foram paralisadas. Entregues ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público Estadual e à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, os laudos foram emitidos pelas equipes de 23 Institutos Médicos Legais (IMLs) de todo o Estado e apresentados à imprensa, em entrevista coletiva, pelo presidente do Conselho, Desiré Carlos Callegari.
O Conselho deixou a critério das instituições dos governos divulgar ou não os nomes dos 492 mortos. E ressalva que os laudos não estão relacionados exclusivamente às supostas vítimas de confrontos entre policiais e civis. O relatório destaca que a violência se deslocou nos diferentes dias da semana. Pelos laudos, pode-se perceber que a capital registrou mais mortes por arma de fogo no dia 15 de maio. Já a Grande São Paulo, excluindo a capital, o maior número desse tipo de morte foi registrado no dia 16, e, no litoral norte e sul, no dia 14.
Os laudos serão agora analisados por uma equipe de médicos do Cremesp, que deverá divulgar um relatório qualitativo – indicando os tipos de mortes e casos que sugerem execuções –, depois de reunião prevista para o dia 20.
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