| 15/06/2006 10h32min
A paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal, que ocorre há 40 dias, causa prejuízos ao comércio, à produção industrial e à exportação, além de milhares de demissões. Na estação aduaneira para veículos em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, conhecida como o maior porto seco da América Latina, 850 caminhões estão parados. O prejuízo das empresas de transportes chega a US$ 25 milhões.
Em Foz do Iguaçu, no Paraná, 700 caminhões carregados lotam o pátio da Receita Federal.
– A empresa tem um prejuízo diário de R$ 500 por dia e por caminhão – diz um caminhoneiro.
No Espírito Santo, a capacidade de armazenagem do porto, no terminal em Vila Velha, está quase no limite. Os auditores da Receita só liberam alimentos perecíveis, remédios e animais vivos cumprindo liminares da Justiça. O setor mais prejudicado é o de fios e tecidos.
– Se você deixar de entregar sua mercadoria no prazo combinado, você pode perder um cliente. Tanto lá fora, na exportação, alguém não pode receber sua mercadoria, alguém na importação, entregando a mercadoria com atraso, tenha que pagar multas – alerta o representante do Sindicato dos Exportadores, Severiano Imperial.
A greve dos auditores da Receita Federal também paralisa linhas de produção nas fábricas do distrito industrial na Zona Franca de Manaus. Sem a liberação de mercadorias, que abasteceria as linhas de montagem, milhares de trabalhadores estão parados. Cinco mil já foram demitidos.
O setor de eletroeletrônicos é um dos mais atingidos. Os fabricantes de televisores esperavam ganhar muito com a Copa do Mundo. Com o ritmo da produção em queda e os produtos acabados retidos nos portos, a greve foi um “gol contra” para a indústria. Em uma outra fábrica, 1,5 mil TVs de plasma nem chegaram a sair da empresa porque faltou uma peça no acabamento do produto.
– A gente teve que devolver dinheiro para alguns clientes e trocar por outros produtos. Tinha cliente que tinha até pago antecipadamente – diz o representante de Relações Institucionais da Proview, Alexandre Reis.
O prejuízo é geral e desanima os empresários.
– O prejuízo do pólo industrial já beira US$ 1 bilhão em toda a atividade do pólo – afirma o presidente do Sindicato dos Produtores de Eletroeletrônicos, Wilson Périco.
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