O Real Madrid quer negociar Ronaldo após a Copa do Mundo. Os espanhóis acham que seu ciclo no clube merengue acabou e aceitam discutir com qualquer interessado. Dirigentes mantêm contato com empresários para sondar a possibilidade da transferência do atacante logo após a competição na Alemanha.

A decisão de liberar Ronaldo foi tomada nos últimos meses pela atual direção e tem o apoio dos candidatos à presidência do clube. Ou seja, independentemente de quem vença o pleito do dia 2 de julho, o plano será mantido. O motivo: o custo benefício não é mais positivo. O atacante ganha muito – 19,6 milhões de euros por ano – e produz pouco.

O futuro da equipe da capital espanhola ainda é incerto, porque o comando deverá mudar. Daqui a duas semanas, Juan Miguel Villar Mir, Lorenzo Sanz, Ramón Calderón, Juan Palacios e Arturo Baldasano brigarão para ocupar o lugar mais importante da agremiação, em eleição que promete ser tumultuada. Mas há consenso sobre uma eventual transferência do Fenômeno.

A questão é simples. O talento de Ronaldo é indiscutível. Mas sua última temporada foi bem abaixo das expectativas. Fez 14 gols no Campeonato Espanhol – marca medíocre para sua condição técnica e seu valor – e sofreu uma série de contusões. O brasileiro não foi o único culpado pelo fracasso do Real nos últimos três anos, mas também não ajudou o clube a conquistar algum título de relevância nesse período.

A idéia dos dirigentes é reformular o elenco e reiniciar o trabalho quase do ponto zero. Os mais jovens, como o atacante Robinho e o zagueiro Sergio Ramos, vão ficar. Alguns galácticos, celebridades, mas em baixa, devem sair. Zidane anunciou o fim da carreira após o Mundial. Roberto Carlos deve ser contratado pelo Chelsea, da Inglaterra. E Ronaldo também está na lista.

A transação, no entanto, não será nada fácil. O Real não vai pedir aos interessados o valor da multa rescisória, que supera os US$ 100 milhões. Por bem menos que isso liberará o craque, apesar do contrato vencer apenas em 2008. Mas Ronaldo só admitirá sair se receber proposta de um clube de ponta, que dispute competições importantes, principalmente a Liga dos Campeões.

Se o Fenômeno não ficar satisfeito com nenhuma oferta, poderá seguir no Santiago Bernabéu, onde está desde o segundo semestre de 2002 – foi contratado da Inter de Milão por 47 milhões de euros. O Olympiakos, da Grécia, estaria disposto a lhe dar salário de cerca de 12 milhões de euros anuais. Mas o jogador não mostra disposição em ir para um centro menor. O Red Bull, de Nova York, também estaria interessado, mas Ronaldo já descartou uma transferência para os Estados Unidos.

Agência Estado