| 18/06/2006 10h22min
Os preparativos norte-coreanos para lançar um míssil intercontinental dispararam hoje o alarme no Leste da Ásia e ameaçam destruir os esforços internacionais para levar Pyongyang à mesa de negociações nucleares.
Os governos e serviços de segurança japoneses e sul-coreanos acompanharam, em alerta máximo, todas as informações que seus satélites-espiões e os dos Estados Unidos ofereciam sobre o local de estocagem e lançamento de mísseis na província norte-coreana de Hamgyong.
Meios diplomáticos e de inteligência desses países tinham advertido sobre a possibilidade de um iminente lançamento pela Coréia do Norte de um Taepodong-2, um míssil balístico cujo alcance não é unanimidade entre especialistas, podendo variar de 3.500 a 6.700 quilômetros.
O lançamento seria simplesmente um teste, sem alvos reais, mas seria uma manifestação de força que daria à Coréia do Norte um peso maior nas difíceis negociações multilaterais sobre seu programa de armas
nucleares.
O êxito do lançamento também
demonstraria que, se o país decidisse colocar carga nuclear nesses mísseis - que são baseados nos Scud soviéticos e nos Nodong norte-coreanos -, Pyongyang poderia ameaçar seus principais oponentes, Japão e EUA, com a devastação de seus territórios.
No começo da manhã, os jornais japoneses e sul-coreanos advertiam que, segundo essas fontes diplomáticas e de espionagem, a Coréia do Norte tinha completado a injeção de combustível no míssil, que estava pronto para ser disparado.
As informações eram de que o lançamento parecia iminente, hoje mesmo ou nos próximos dias.
Na Coréia do Sul, a agência de notícias "Yonhap" disse que os assessores em temas de segurança do presidente Roh Moo-hyun permaneciam reunidos em seus escritórios "à espera dos movimentos" de Pyongyang.
No Japão, a reação era mais contundente e partia do próprio ministro de Relações Exteriores, Taro Aso, um dos homens fortes do governo do primeiro-ministro japonês,
Junichiro Koizumi.
Se o míssil tocar o solo
japonês, "o consideraremos um ataque", disse Aso em um discurso na televisão. Embora planeje esse lançamento, a Coréia do Norte não parece ter a intenção de provocar um conflito de conseqüências imprevisíveis com seus oponentes.
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