| 20/06/2006 22h15min
Há poucos anos, o futebol japonês não era levado a sério pelos brasileiros. Mas isso mudou. Apesar do franco favoritismo e de já estar classificada para as oitavas-de-final, a Seleção Brasileira encara com muita seriedade o confronto desta quinta contra o selecionado japonês, em Dortmund. De acordo com os jogadores, a equipe comandada por Zico tem mais qualidades do que defeitos.
– Assisti às partidas contra Austrália e Croácia e achei os contragolpes do Japão muito bem feitos. Eles têm velocistas na frente com ótimo poder de conclusão. E a marcação é dura, não dá espaço. A seleção japonesa tem chance de classificação se ganhar. Será um jogo duríssimo – afirmou o zagueiro Lúcio.
– O Japão evoluiu muito com os vários jogadores e treinadores estrangeiros que foram trabalhar lá. Estava ganhando até os últimos minutos da Austrália quando tomou a virada e empatou com a Croácia perdendo chances importantes de gol. Poderia ter vencido as duas partidas. Vai ser um sufoco – previu o lateral Roberto Carlos.
Um dos jogadores mais marcados deste Mundial, Ronaldinho não acredita que encontrará facilidade contra os japoneses. Nesta terça, o craque do Barcelona e da Seleção fez questão de eliminar qualquer insinuação de que na quinta o Brasil fará sua partida mais fácil da primeira fase da Copa do Mundo.
– Não tem essa história. O Japão derrotou muita gente para conseguir estar aqui na Alemanha. O meu irmão Assis jogou por um tempo lá. Acompanho com carinho a evolução dos japoneses. Chegaram muito bem preparados para a Copa. O jogo será uma final para eles – comentou o meia-atacante.
O técnico Carlos Alberto Parreira tem feito o possível para aumentar a preocupação do time com a seleção do Japão. Nos vídeos, o treinador destaca o ponto mais importante do adversário desta quinta: acabou a famosa ingenuidade nipônica.
– Dá para perceber que acabou aquela história de que os japoneses estão aprendendo a jogar. Tanto que a Europa e até o Brasil já importaram jogadores de lá. A Copa do Mundo traz as melhores seleções. Se eles vieram até aqui e com chance de chegar até as oitavas-de-final, não dá para brincar. Ainda mais porque o técnico deles é o Zico, que conhece demais futebol – avaliou o lateral Gilberto Silva.
Nos vídeos que Parreira tem mostrado para os jogadores, ele destaca o ponto fraco do time japonês, considerado o mesmo do Brasil: as bolas aéreas. Os zagueiros e os atacantes da Seleção estão avisados que devem invadir a grande área em qualquer escanteio e faltas laterais.
Além disso, o treinador acredita que as tabelas em velocidade podem propiciar boas chances em cobranças de falta. Roberto Carlos, Ronaldinho e o reserva Juninho Pernambucano saíram do treinamento desta terça com dores nos pés de tanto bater falta.
O empate em 2 a 2 na Copa das Confederações, disputada na própria Alemanha no ano passado, serve como alerta à tendência dos jogadores em relaxar no confronto desta quinta.
– Quem não lembra da dificuldade daquela partida? Os japoneses estiveram muito próximos de ganhar do Brasil. A pressão foi grande no final do jogo. Não adianta fingir que eles não evoluíram. A nossa concentração tem de ser forte para sair com a vitória. Eles vão fazer tudo para ganhar – disse o volante Zé Roberto.
O toque final para a preparação do Brasil para o importante jogo desta quinta está na necessidade de vitória para evitar mais um deslocamento. Se a seleção vencer, será a primeira colocada do Grupo F e fará a sua partida nas oitavas-de-final também em Dortmund. Uma derrota pode deixar o time de Parreira em segundo lugar no chave, o que levaria o jogo para Kaiserslautern.
– Quando você pára para pensar em todos os aspectos, a Seleção precisa ganhar do Japão. Tem muita coisa em jogo – avisou Cafu. – Continuar em Dortmund é ótimo para evitar o desgaste da viagem. Mas não é por isso que iremos menosprezar o adversário, achar que já ganhamos. Aqui todos temos uma certeza: será difícil ganhar do Japão – previu o capitão.
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