| 21/06/2006 18h19min
A não ser que aconteça uma grande zebra, esta quinta será dia de despedida em Dortmund. O Japão enfrenta a Seleção Brasileira precisando de uma vitória para seguir adiante na Copa do Mundo da Alemanha e, caso o objetivo não seja alcançado, é provável que chegue ao fim o ciclo do técnico Zico no comando da seleção asiática, depois de quatro anos de trabalho.
Mordido pela “mosca branca” da carreira de treinador, o Galinho vai procurar novos ares na Europa, de preferência na Itália. Mas ele reluta em aceitar a idéia de que fará às 21h desta quinta (16h de Brasília) o último dos seus 72 jogos à frente da seleção japonesa. Se tiver que cair, promete cair “lutando” contra a própria pátria.
– Enquanto tivermos esperanças, vamos nos agarrar a ela. A equipe está confiante e consciente do que precisa. Vamos tentar um bom resultado – disse Zico nesta quarta, após o treino de reconhecimento do gramado do Westfalen Stadion.
O ex-craque tem consciência de que o Japão precisa de um milagre. Lanterna do Grupo F, com apenas um ponto, tem necessariamente de fazer pelo menos dois gols de diferença sobre o Brasil e ainda torcer para que a Croácia bata a Austrália por diferença apertada. Do contrário, os japoneses voltam para casa.
– A gente precisa fazer gols, então vamos atacar. Vamos ficar atrás para quê? E também não podemos dar espaço para os habilidosos jogadores do Brasil – foi o que Zico falou sobre estratégia, sem adiantar a escalação. – Dei o time antes nos 71 jogos anteriores. Desta vez, optei por dar a escalação só na hora do jogo – justificou o técnico.
O brasileiro espera basicamente duas coisas de seu time: que saiba aproveitar as oportunidades de gol e que jogue com mais velocidade do que nas duas partidas anteriores, contra Austrália e Croácia.
– E isso, claro, será possível, pois o jogo será à noite e não às 3h da tarde, quando o desgaste é quase desumano – comemorou.
Zico se apóia em todos os argumentos possíveis para qualificar como possível uma vitória japonesa sobre os brasileiros. Lembra, por exemplo, que na Copa de 1998 o Brasil chegou à última partida da primeira fase já classificado e, livre de pressão, acabou relaxando e perdendo para a Noruega por 2 a 1.
O técnico também lembrou que o Japão tem feito bons jogos contra seleções de primeira linha, como contra o próprio Brasil na Copa das Confederações de 2005 (2 a 2) e em amistoso recente com a seleção da Alemanha (também 2 a 2, depois de estar vencendo por 2 a 0).
– Estamos pegando a mania de acordar os grandes adversários. No ano passado, o Brasil acabou chegando ao título e agora a Alemanha embalou. O Japão acordou os outros e acabou dormindo – finalizou Zico.
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