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O PT confirma neste sábado, dia 28, a sua chapa dos sonhos para a Presidência, numa demonstração de pragmatismo jamais pensada quando o partido se lançou pela primeira vez na disputa pelo Palácio do Planalto, em 1989.
De um lado, Luiz Inácio Lula da Silva, o torneiro mecânico que enrijeceu o movimento sindical no ABC nos anos 80, fundou o PT e virou o principal expoente da esquerda brasileira. Do outro, um outro Silva, que apesar da origem também humilde, tornou-se um dos maiores empresários do país: José Alencar Gomes da Silva, senador do PL, dono da Coteminas, com 16 mil empregados e faturamento anual de mais de R$ 700 milhões.
Apesar de resistências no PL, Alencar sempre declarou seu "apoio incondicional" a Lula desde que foi cogitado para integrar a chapa do petista, em outubro de 2001. Na época, Alencar estava deixando o PMDB e seguia para a sigla dos liberais.
Lula acredita que José Alencar, por ser um grande empresário, vai ajudá-lo a lidar com o medo que grande parte do setor privado e de investidores têm do petista. E o vice já faz sua parte, defendendo idéias próprias, mas que encampam o novo discurso do PT.
A convenção deste sábado, orçada em R$ 181.158, terá efeitos especiais e, não sem motivo, o vermelho do PT não dará o tom sozinho: aparecerá com um fundo verde-amarelo. A coligação que sustenta a quarta candidatura de Lula também terá o tradicional PC do B e o PMN, mas é o dote dos liberais do PL - muitos deles ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, o todo-poderoso bispo Edir Macedo - que provoca mais amor e ódio nas fileiras petistas. São esperadas 3 mil pessoas para o encontro - a maior parte chegando em caravanas de vários pontos do país.
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