| 25/06/2006 19h28min
Ronaldo talvez não seja supersticioso. Por via das dúvidas, decidiu usar até o fim da participação do Brasil na Copa o par de chuteiras amarelas que estreou na vitória contra o Japão. O calçado lhe trouxe sorte, pois nessa partida marcou seus dois primeiros gols na competição, igualou recorde histórico de Gerd Mller (14) e foi escolhido como melhor em campo. Sem contar que lhe caiu confortavelmente nos pés e não formou bolhas como botinas anteriores.
– As chuteiras são do mesmo modelo que tenho usado – revelou hoje à tarde, nos jardins do Castelo Lerbach, local da concentração nacional. – Mudou a cor, mas o amarelo me deu sorte e fico com ela até o fim – avisou.
O astro contestado até os 4 a 1 de quinta-feira tem vários motivos para sorrir – e não por conta apenas do material de trabalho. Os elogios merecidos voltaram a afagar-lhe o ego, curtiu a companhia do filho Ronald na folga da sexta-feira e também conhece sucesso como
articulista de jornal.
Como celebridade não precisa de diploma, fechou contrato de oito artigos para o jornal El Mundo Deportivo, de Barcelona, e ficou satisfeito com a aceitação pública.
– Estou gostando dessa experiência de escrever – admitiu, de olho quem sabe em uma porta que se abre e pela qual poderá passar quando encerrar carreira e deixar de ser vidraça.
A maré boa, no entanto, não serve ainda para descontraí-lo totalmente. Ronaldo às vezes tem reações diferentes para o mesmo tema: se aborrece com repórteres de jornal, quando o assunto é seu peso – 90,5 kg, segundo o preparador físico Moraci Sant'Anna.
– Meu peso não interessa a ninguém – adverte.
Mas sorri de si mesmo, diante das câmeras de televisão.
– Quando faço gols, fico mais magro. Espero estar sempre emagrecendo na Copa.
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