Ele marcou o gol de número 200 do Brasil na história da Copa, o que provavelmente colocará seu nome na galeria de notáveis da Seleção. Mas nem a marca e a vitória por 3 a 0 sobre Gana foi suficiente para mudar a feição fechada do atacante Adriano.

Nesta terça, o camisa 7 repetiu a cena vista nos últimos treinos da Seleção. Coincidência ou não, a mudança no humor do atacante veio justamente após a boa atuação do meia Juninho Pernambucano na vitória sobre o Japão por 3 a 1 e os pedidos para sua substituição.

Mais uma vez, Adriano deixou o estádio rapidamente, passando pela zona mista, área destinada a entrevistas, de cara amarrada e sem falar com ninguém. Se não bastasse a ameaça de Juninho, que substituiu o atacante aos 16 minutos do segundo tempo, o Imperador está ciente que pode perder o posto para Robinho, caso o jogador se recupere a tempo de uma contusão.

Na tarde desta terça, Adriano deu apenas um chute a gol (o do gol em posição irregular) e ainda levou um cartão amarelo, ao simular um pênalti no primeiro tempo. Inoperante ao lado de Ronaldo na formação tática escolhida por Parreira, Adriano chegou a comentar durante a Copa do Mundo que preferiria atuar ao lado de Robinho, o que facilitaria o seu jogo.

Como o Fenômeno não vinha bem, em meio a uma seca de gols e com excesso de peso, talvez fosse o momento ideal para o Imperador ganhar a preferência do treinador. Na prática, porém, Adriano pouco tem produzido em campo e só marcou um gol contra a Australia antes da partida desta terca.

Pior: viu Ronaldo ressurgir com dois gols contra o Japão e mais um diante de Gana, o que deixa o camisa nove na condição de intocável do ataque. Ao mesmo tempo as boas atuações de Robinho indicavam a saída de Adriano, o que só não aconteceu por causa de uma lesão muscular sofrida pelo atleta do Real Madrid. Até sábado, o atacante terá motivos de sobra para seguir em dúvida, que só será solucionada no duelo das quartas-de-final.

GAZETA PRESS