| 28/06/2006 09h50min
Dois terços dos habitantes da Faixa de Gaza, cuja população chega a 1,4 milhão de pessoas, estão sem eletricidade desde que a aviação israelense destruiu as instalações da Companhia Central Palestina, que distribui energia no território. Além da estação elétrica, foram destruídas três pontes.
O resto da população, servido pela Corporação de Eletricidade de Israel, ainda recebe o serviço. Por enquanto, a existência de combustível permite alimentar geradores de eletricidade. Mas a passagem fronteiriça de Karni, por onde Gaza é abastecida de mercadorias vindas de Israel, está fechada. Não se sabe o volume de combustível armazenado.
O bombardeio da usina palestina faz parte da operação Chuvas de Verão, lançada esta madrugada pelo Exército israelense para resgatar o soldado Gilad Shalit, seqüestrado no domingo de sua base militar por milicianos palestinos.
Funcionários da Companhia de Eletricidade avaliam que as obras para retomar o serviço
podem durar de um a dois meses.
As
forças de infantaria que invadiram o território pelo sul se encontram nas imediações de Rafah. Os hospitais da cidade já estão funcionando com a ajuda de geradores. Não há informações sobre vítimas.
Os líderes militares obrigaram os habitantes do bairro Al Shauka, nos arredores de Rafah, a sair de suas casas. O local foi declarado "zona militar fechada", segundo testemunhas locais. Mas as autoridades militares desmentem a ordem.
As cidades de Rafah, Khan Yunes e Deir el-Balaj ficaram isoladas. A aviação israelense também bombardeou e destruiu a ponte que liga a região com o norte.
A opinião pública palestina está dividida. Parte apóia o seqüestro do soldado e exige que ele continue em cativeiro enquanto Israel não soltar 8,5 mil prisioneiros. Outros, porém, se opõem aos ataques dos milicianos e aos das Forças Armadas.
Fontes palestinas informaram que uma coluna israelense deixou o aeroporto internacional inativo Yasser Arafat,
em Dahanía, e avançou rumo à passagem de Rafah.
Aparentemente, o objetivo é impedir que Gilad Shalit seja levado para o deserto do Sinai, no Egito.
Um porta-voz dos Comitês Populares da Resistência palestina mostrou hoje a fotografia da carteira de identidade do colono israelense Eliahu Pinjas Asheri e ameaçou assassiná-lo se Israel não interromper sua operação em Gaza.
Asheri, de 18 anos, estudante de um seminário, foi seqüestrado na noite de domingo e até o momento seu paradeiro é desconhecido.
A fotografia foi exibida em Gaza por Mohammed Delal, também conhecido como Abu Abir, que leu em voz alta o nome completo do seqüestrado.
Até o anúncio do porta-voz, as autoridades israelenses não tinham certeza de que o rapaz, que ainda não cumpriu o serviço militar, estivesse em poder dos Comitês de Resistência.
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