| 29/06/2006 20h14min
O Brasil tem o maior artilheiro da história das Copas – Ronaldo, com 15 gols –, fez mais gols que qualquer outra seleção em Mundiais (201) e é campeã em títulos (cinco). Neste sábado, pode alcançar mais um recorde. E um recorde inesperado. Lúcio, se ficar 25 minutos sem cometer infração, será o zagueiro a passar mais tempo sem fazer falta em todos os tempos na competição.
O defensor do Bayern de Munique não parou nenhuma jogada de forma ilegal nas quatro partidas disputadas até agora, contra Croácia, Austrália, Japão e Gana. E está bem perto de atingir marca histórica.
O recordista é Carlos Gamarra. O paraguaio, que está deixando o Palmeiras e provavelmente encerrará a carreira, não fez falta em nenhum dos quatro jogos inteiros de que participou e em 24 minutos da prorrogação contra os franceses, na Copa de 1998, na França. E ficou famoso internacionalmente pelo feito.
– Eu nem tinha me dado conta disso até o segundo ou o terceiro jogo da Copa, só fiquei sabendo que estava perto do recorde pela imprensa. Agora pelo fato de falarem muito, vai estar todo o mundo olhando, mas num jogo contra a França, diante de um ataque forte, é difícil ficar sem fazer falta – afirmou Lúcio, com seu jeito tímido e fala mansa.
Aos 28 anos, Lúcio é um jogador maduro. Em 2000, durante a Olimpíada de Sydney, brigou com o meia Roger, atualmente no Corinthians. Teve alguns problemas disciplinares no início da carreira, mas recuperou-se e tornou-se profissional exemplar. Em 2002, no Mundial da Coréia e do Japão, foi figura importante no esquema de Luiz Felipe Scolari. E fez bom trabalho, apesar da falha no gol da Inglaterra, nas quartas-de-final.
– Em 2002, para mim, foi uma pressão muito grande, havia cobrança, foi minha primeira Copa, aprendi bastante e hoje tenho bem mais tranqüilidade e experiência – observou.
O zagueiro sempre foi contestado por torcedores e pela imprensa, mas, ao contrário do que muitos imaginavam, vem tendo excelentes atuações na Alemanha. É, sem dúvida, um dos destaques da equipe de Parreira. Na Europa, tem prestígio e é elogiado por grandes treinadores, como Klinsmann. Em Munique, onde vive com a família, é ídolo.
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