| 30/06/2006 22h42min
A decisão da vaga às semifinais da Copa do Mundo nos pênaltis contra a Argentina nesta sexta, no Estádio Olímpico de Berlim, mexeu tanto com os jogadores e com a torcida alemã que o goleiro reserva Oliver Kahn deixou de lado a rivalidade com Jens Lehmann para desejar sorte ao titular nas penalidades.
E parece ter dado certo: Lehmann defendeu duas cobranças, garantiu a vitória por 4 a 2 nas penalidades e a classificação dos anfitriões para a próxima fase do Mundial. No final da partida, recebeu um abraço discreto do colega de profissão, o que antes era inimaginável para os alemães.
Além do apoio de Kahn, que pode ter levantando uma bandeira branca entre os desafetos, que se evitavam nos treinamentos e sequer participam dos mesmos grupos de jogadores, o camisa 1 recebeu elogios de todos os seus companheiros de seleção.
– Sempre confiamos no nosso goleiro – disse o técnico Jurgen Klinsmann. – Graças a Deus que ele defendeu os dois pênaltis. Foi o herói da partida – completou o meia Schweinsteiger.
– Como goleiro da Alemanha minha função é segurar os pênaltis – respondeu o modesto Lehmann.
Enquanto os alemães converteram as quatro penalidades batidas, Ayala e Cambiasso viram suas cobranças pararem nas mãos do goleiro do Arsenal.
Na última Copa, Kahn era o titular do gol da Alemanha e foi eleito o melhor jogador do torneio. Mesmo assim perdeu a vaga meses antes da atual competição em uma decisão corajosa de Klinsmann.
– Eu até agora não sei por que perdi a posição – reclamou no início da semana o ídolo nacional e do Bayern de Munique.
Mas Lehmann não quis nem saber da lamentação, muito menos dos elogios às suas atuações feitos pelo reserva.
– Desculpa, quero me concentrar na Argentina, ok – disse a um repórter na véspera do jogo desta sexta.
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