| 02/07/2006 10h14min
A seleção pentacampeã, superfavorita para faturar o caneco na Copa da Alemanha, deixou o Waldstadion, em Frankfurt, como se fosse um time de segunda categoria rebaixado de divisão. Sob vaias e gritos de protesto de cerca de cem torcedores brasileiros que se aglomeravam perto do portão de saída do estádio, na noite deste sábado, a equipe mais badalada do Mundial deixou o estádio amargando uma eliminação precoce, coincidentemente, na mesma fase de quartas-de-final como acontecera em 1986, no Mexico, contra a mesma França.
Depois da apatia demonstrada em campo e do passeio tático que levaram do time de Zidane, os jogadores tiveram de ouvir o coro dos insatisfeitos na saída do ônibus que levaria a delegação ao hotel. "Vergonha, vergonha, vergonha, time sem vergonha!", "Uh, mercenário, uh, mercenário!" e "Timinho, timinho!" eram as palavras de ordem dos torcedores.
Com a queda, o técnico Carlos Alberto Parreira foi outro nome bastante lembrado pelos torcedores e ainda durante a partida. "Ão, ão, ão, Felipão é seleção!" era outro grito que se ouvia em meio às vaias.
– A primeira preocupação do Parreira era bater recordes. Colocar o Cafu para jogar, fazer o Ronaldo bater o recorde de gols. Ele se preocupou tanto com isso que se esqueceu de formar um time vencedor. O Robinho e o Cicinho tinham tudo para arrebentar nesta Copa e entraram para jogar alguns minutos – criticou o gaúcho Artur Vontobel.
– Faltou comando. Tudo bem perder, mas tem que mostrar raça. Nós fizemos papel de palhaço, dormindo em barraca para economizar dinheiro para pagar 500 euros por um ingresso e ver essa vergonha. O Felipão pode perder um jogo, mas ele morde os dentes e não deixa barato – atacou Gustavo Jobim, de Porto Alegre, que já havia pago 200 euros por um ingresso no jogo das oitavas-de-final, contra Gana.
Para Gelson Zuge, os jogadores brasileiros "acharam que iam ganhar a Copa só com o nome". Ele também criticou a demora de Parreira em mexer na equipe e a falta de vontade do time.
– O Robinho poderia ter entrado no final do primeiro tempo. Faltou gana para essa equipe, a França mereceu ganhar – reconheceu.
Pietro Conegato decretou o fim de carreira para alguns jogadores na seleção.
– O Parreira não correspondeu à altura do time. Deixou o Ronaldinho fora de posição e insistiu em jogadores como Cafu e Roberto Carlos. Não dá mais para esses dois na seleção. Muita coisa tem que mudar – apontou.
O carioca Rene Granado foi outro que não poupou palavras para definir a eliminação do Brasil.
– O time não entrou em campo. Jogar contra cego é fácil, né? Jogar contra Croácia, Japão, Áustralia e Gana é mole. O Brasil perdeu a Copa de 1982, mas não se omitiu no jogo como eles fizeram aqui hoje. Parece até que compraram os caras para não jogar. Que vergonha! – disparou.
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