| 03/07/2006 01h00min
Uma investigação da Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre confirma que o uso de telefones celulares em penitenciárias gaúchas continua intenso, apesar das apreensões desse tipo de aparelho realizadas por agentes penitenciários. No Litoral Norte, uma quadrilha desmontada pela força-tarefa da Promotoria usava celulares para se articular fora das casas prisionais.
Cinco pessoas foram presas, e outras cinco, denunciadas à Justiça de Capão da Canoa entre os dias 4 de maio e 9 de junho. Apontado como o chefe do grupo, o presidiário Ildo Alves Pinto, 29 anos, dava as ordens à companheira Silvana da Silva, 43 anos, e ainda conversava com outros integrantes do bando, a partir da Penitenciária Modulada de Osório. Em uma das escutas feitas com autorização da Justiça, chega a contratar "mão-de-obra" para a boca de fumo em Capão.
– Tu tá parado ou tu ta trabalhando? – pergunta em um trecho.
– Tô parado – responde o interlocutor Tiago da Silva Wagner, 19 anos, que está entre os presos.
A interceptação mostra que o jovem aceitava uma jornada de 12 horas diárias, entre 19h e 7h. Conforme a investigação, a droga vendida em Capão da Canoa era fornecida por Douglas de Moura, 29 anos, que figura entre os denunciados. A partir de telefones públicos instalados em Bombinhas (SC) e Balneário Camboriú (SC), ele se comunicava com Silvana e tratava da venda de crack de forma disfarçada. Um "carrinho de R$ 6 mil" era o quanto custava uma certa quantidade dessa droga. O pagamento era feito via depósito bancário.
Mesmo depois de presa em operação conjunta com policiais de Capão da Canoa, Silvana continuou falando ao celular. Os grampos mostram que até um advogado entrava em contato com a detenta recolhida à penitenciária Madre Peletier, em Porto Alegre, para fornecer créditos de celular pré-pago. O advogado está sendo investigado.
GIOVANI GRIZOTTI/RÁDIO GAÚCHAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.