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 | 05/07/2006 20h40min

ONU estuda como reagir às ações da Coréia do Norte

País testou armamentos com o lançamento de sete mísseis próximo ao Japão

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) analisou hoje como responder ao lançamento de mísseis por parte da Coréia do Norte, e entre as possibilidades está uma resolução elaborada pelo Japão que contempla a imposição de sanções ao país comunista.

Os 15 membros do Conselho de Segurança reuniram-se hoje em caráter de urgência para discutir a crise suscitada pelo lançamento de mísseis realizado pelo regime norte-coreano, e todos concordaram com a necessidade de reagir de forma "rápida e contundente" para deter as ações. O Japão, apoiado pelos Estados Unidos e o Reino Unido, deve distribuir ainda hoje um projeto de resolução pedindo que os Estados-membros suspendam a transferência de recursos financeiros e materiais tecnológicos que possam ser usados pela Coréia do Norte para o desenvolvimento de mísseis ou armas de destruição em massa.

O embaixador japonês perante a ONU, Kenzo Oshima, afirmou que este é o momento de uma resolução, devido à gravidade da atuação da Coréia do Norte, que lançou vários mísseis no mar do Japão, indo de encontro à medida de suspensão de testes de 1999.

A Coréia do Norte provocou uma crise similar em 1998, quando lançou uma versão do míssil Taepodong no Oceano Pacífico, mas a China se opôs a qualquer medida firme por parte do Conselho, e a questão foi resolvida com uma declaração à imprensa.

Oshima lembrou que, depois do lançamento de 1998, a Coréia do Norte anunciou sua intenção de se retirar do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e, mais tarde, anunciou suas ambições de desenvolver armamento nuclear. Em nível bilateral, Tóquio anunciou hoje uma série de medidas, como as proibições da entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses e de que funcionários do governo da Coréia do Norte viagem ao Japão.

De sua parte, o embaixador dos EUA, John Bolton, destacou que se deve "proceder de forma cuidadosa", mas que, ainda assim, espera que seja alcançado um acordo no Conselho o mais rápido possível. Bolton afirmou ainda que as ações da Coréia do Norte demonstram "a sabedoria e a liderança" do presidente George W. Bush quando, em 2001, decidiu abandonar o Tratado Antimísseis Balísticos (AMB) assinado em 1972 com Moscou, e pôr em funcionamento um escudo antimísseis.

– Ele nos libertou das medidas antiquadas do tratado, e começaram os esforços para desenvolver um sistema efetivo de mísseis de defesa contra ataques de Estados párias e lançamentos acidentais – disse.

O embaixador da Rússia, Vitaly Churkin, mostrou-se muito cauteloso, apesar de compartilhar das preocupações dos outros membros do CS. Ele ressaltou que qualquer solução deve ser obtida mediante "canais diplomáticos". Ele pediu que sejam reprimidas as emoções e mantido em mente o objetivo comum, que é conseguir retomar as conversas de seis lados – entre EUA, as duas Coréias, China, Rússia e Japão, atualmente estagnadas.

Rússia e China são os dois países do Conselho de Segurança que defendem uma resposta com formato de declaração presidencial, adotada por consenso e sem cumprimento obrigatório, em lugar de submeter uma resolução (vinculativa) a votação.

AGÊNCIA EFE
 
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