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 | 06/07/2006 09h29min

CPI dos Sanguessugas notifica 12 deputados

Deputados terão cinco dias úteis para apresentar defesa por escrito

O comando da CPI dos Sanguessugas notificou na quarta 12 dos 15 deputados que estão respondendo a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento com a máfia acusada de vender ambulâncias, unidades digitais e ônibus escolares superfaturados. A partir de agora, os deputados terão cinco dias úteis para apresentar defesa por escrito à comissão.

Entre os suspeitos estão os deputados João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO), dois integrantes da Mesa Diretora da Câmara e que, segundo a CPI, constam como beneficiários de depósitos de até R$ 50 mil em um dos livros caixa da Planam, empresa de Darci José Vedoin, apontado como um dos chefes dos sanguessugas.

Na terça, a CPI aprovou um pedido de afastamento dos dois deputados da Mesa. Mas, apesar da gravidade do caso, a ordem foi ignorada. Até o início da noite de ontem os dois permaneciam nos cargos. Capixaba é segundo secretário. Caldas chefia a quarta secretária.

Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), informa que integrantes da Mesa só podem ser afastados por iniciativa própria ou com processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Não há mecanismos legais que forcem a exoneração.

– Nós já sabíamos disso quando aprovamos o afastamento. Mas esperávamos que, a partir daí, eles se sentissem constrangidos e deixassem os cargos – afirmou o presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).

Na próxima semana, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) deverá propor que a CPI encaminhe ao Conselho de Ética um pedido de abertura de processo de cassação de mandato contra os deputados Pedro Henry (PP-MT) e Wanderval Santos (PL-SP).

Em depoimento na CPI na terça-feira, o procurador da República Mário Lúcio Avelar e o delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura apresentaram documentos que reforçam as suspeitas sobre o envolvimento dos dois com o esquema de pagamento de Darci Vedoin. Wanderval e Pedro Henry foram acusados de receber dinheiro do caixa dois do PT, no escândalo do mensalão, mas escaparam da perda do mandato.

AGÊNCIA O GLOBO

 
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