Leonardo Cantamessa, advogado do Milan, expressou nesta quinta o assombro por parte do clube que representa diante dos pedidos feitos há dois dias pelo promotor federal Stefano Palazzi, indicando a queda da equipe para a segunda divisão.

– Estamos perplexos com o pedido, feito com base em uma sanção que não tem nada a ver com os fatos e não possui precedentes – declarou Cantamessa, durante seu pronunciamento no processo aberto por um escândalo de fraude envolvendo resultados no futebol italiano.

Antes do discurso de Cantamessa, que representa apenas o Milan, fizeram uso da palavra os advogados de Adriano Galliani, presidente da Liga Profissional e administrador delegado do Milan, e de Leonardo Meani, outro dirigente do clube milanês.

Para Galliani, o promotor federal solicitou dois anos de inabilitação esportiva, e para Meani cinco.

Marco de Luca, advogado de Galliani, defendeu que no DNA do Milan existe o respeito às normas, e que não faz sentido pedir dois anos de inabilitação por uma conversa telefônica que durou 1,45 minuto, na qual além disso também não se aprova a conduta de Meani.

– A Juventus de Turim disse ser uma entidade transformada, nós não. Somos os mesmos de ontem e também de amanhã, certos de nossa inocência. Somos os que nesta federação conquistaram o maior número de troféus, e seguimos orgulhosos disso – acrescentou De Luca.

A advogada Edda Gandossi, que representa os interesses de Leonardo Meani, considerou não apenas inoportuno, mas incorreto o uso da expressão esquema Milan (referente à fraude esportiva).

– Meani sempre trabalhou sob os princípios de correção e lealdade, os mesmos que nos levaram a responder durante sete horas e meia às perguntas do departamento de investigação (em um interrogatório realizado antes da abertura do processo) – comentou.

A advogada, além disso, considera as conversas telefônicas de seu cliente com os responsáveis pela arbitragem italiana como institucionais, e as mantidas com árbitros como marcadas por uma série de profunda amizade de cerca de 20 anos.

AGÊNCIA EFE