No alto do palanque montado dentro do gramado, os três troféus do título alvinegro foram entregues pelo presidente da Federação de Futebol, Delfim Pádua Peixoto Filho. Uma festa bonita, que só foi possível graças a dois personagens. Aos jogadores do Figueirense, que fizeram o seu serviço dentro de campo, e aos torcedores, que cumpriram a sua parte na arquibancada.

Na arquibancada, é bom frisar novamente. Depois de amargar uma decepção na Série B do Campeonato Brasileiro 2001, com a invasão de campo antes do final da partida com o Caxias em dezembro de 2002, a torcida alvinegra finalmente aprendeu o lugar correto para comemorar uma conquista.

Outros episódios desabonadores – como na final estadual de 1994 – ainda geravam dor de cabeça no Estádio Orlando Scarpelli. Mas o representante catarinense na Série A do Campeonato Brasileiro precisava dar uma resposta de civilidade à nação, de como organizar uma festa sem bicões ou intervenção da Polícia Militar. E o fez com um rigor digno de entrar para a história do futebol do Estado. Poucas vezes um campeão catarinense comemorou um título com volta olímpica, observado em campo apenas pela imprensa e pelos dirigentes.

A torcida alvinegra permaneceu na arquibancada até o final da festa. E, desta vez, quase 20 mil comemoraram juntos, em vez de apenas meia dúzia de inconvenientes. Por outro lado, a torcida azurra também foi parte e indissociável do espetáculo. Compareceu em pequeno número, é verdade, mas soube reconhecer o esforço de seu time e aplaudiu a saída dos jogadores do Avaí do gramado.

Vale destacar que o Figueira teve a inédita iniciativa de colocar dois jogadores para levantar as taças de campeão. O capitão no clássico desta quarta-feira, 10 de julho, o zagueiro Carlinhos – o mesmo que ergueu o troféu após a final de 99 – dividiu a honra com o seu companheiro de zaga, Márcio Goiano, que foi capitão durante toda a campanha, mas estava suspenso nesta final.