Líderes do G8 – grupo dos oito países mais industrializados do mundo – vão determinar a seus negociadores que rompam o impasse nas negociações sobre comércio internacional em um mês, em uma decisão que tem por objetivo garantir o esperado acordo global. As negociações estão travadas em questões que envolvem subsídios agrícolas e acesso a mercados.

Numa declaração conjunta, os líderes do G8 pediram ao diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, que apresente rapidamente o resultado de suas últimas consultas “como objetivo de facilitar um acordo nas modalidades de negociação sobre agricultura e tarifas industriais em um mês”. O texto elaborado pelos líderes do G8 pede um esforço conjunto para que se conclua a Rodada de Desenvolvimento de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), que já tem cinco anos.

– Houve um acordo na data limite que demos a nossos negociadores e ninguém se opôs a isso. Isso mostra que eles (os líderes) estão cientes da importância desta rodada de comércio – disse o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.

Barroso indicou que na reunião de São Petersburgo houve um consenso sobre as “conseqüências negativas” caso não se chegue a um acordo até o fim do ano. O G8, que reúne EUA, Rússia, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, pediu em sua declaração um esforço concentrado e para que se trabalhe com “a maior urgência” para que obter um acordo.

O G8 reiterou sua oferta de ampliar o acesso a seus mercados para os produtos agrícolas e industriais produzidos por outros países, assim como prometeu oferecer maiores oportunidades em serviços. Mas também insistiu em afirmar que espera que outros membros da OMC contribuam com este objetivo com medidas similares “de acordo com seu nível de desenvolvimento”.

Além disso, o G8 acentuou sua disposição em reduzir substancialmente os subsídios domésticos a agricultura que geram distorções no comércio e cortar toda a ajuda às exportações até o fim de 2013.

Os chefes de Estado e de governo do G8 se reunirão na segunda-feira com os líderes de cinco destacados membros do Grupo dos 20 países em desenvolvimento (G20) – que inclui Brasil, México, China, Índia e África do Sul – para discutir o atual ponto de estagnação nas negociações da Rodada de Doha, depois do fracasso da sessão ministerial da OMC em Genebra, ocorrida de 29 de junho a 1º de julho.

AGÊNCIA O GLOBO