| 24/07/2006 07h48min
O Exército israelense e a milícia xiita libanesa Hezbollah travam hoje combates em Maroun al-Ras e Bint Jbeil, enquanto os bombardeios israelenses concentram-se na região de Tiro, no sul do Líbano, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, chegou a Beirute no início de uma viagem à região.
A líder da diplomacia dos EUA, país que apóia Israel em sua ofensiva contra o Hezbollah, deve visitar tanto Israel quanto o Líbano.
No terreno, o conflito chega hoje a seu 13° dia com os dois lados firmes em suas posições. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou em declarações publicadas hoje pelo jornal libanês As-Safir que "qualquer avanço terrestre (das tropas israelenses) não terá nenhum resultado político se não for detido o lançamento de mísseis (contra Israel), o que nunca ocorrerá".
Nasrallah não desmentiu nem confirmou as declarações feitas neste domingo pelo ministro de Assuntos Exteriores do Líbano, Fawzi Salloukh, que disse que os
dois soldados israelenses capturados
pelo Hezbollah "estão bem".
Do lado israelense, o comandante-em-chefe do Exército, tenente-general Dan Halutz, disse, em declarações publicadas hoje pelo site do jornal Ha'aretz, que por cada ataque com foguetes lançado pelo Hezbollah contra a cidade israelense de Haifa, 10 casas serão destruídas no sul de Beirute.
Nas últimas 24 horas, os pilotos da força aérea israelense atacaram 270 alvos em território libanês, afirmaram fontes militares.
Nove soldados israelenses ficaram levemente feridos, segundo fontes militares, nos confrontos registrados hoje entre unidades militares do Estado judeu e combatentes da milícia em uma região situada entre as aldeias de Maroun al-Ras e Bint Jbeil – esta última reduto da milícia xiita.
O Exército israelense desmentiu a informação divulgada hoje pela cadeia de TV Al-Manar, do Hezbollah, segundo a qual os milicianos xiitas haviam destruído cinco tanques israelenses na
fronteira.
Uma porta-voz militar israelense disse
que tal informação não tinha qualquer fundamento.
Israel anunciou que capturou neste domingo dois combatentes do Hezbollah em Maroun al-Ras, tomada pelo Exército israelense após vários dias de violentos combates.
A tomada de Maroun al-Ras e Bint Jbeil tem como objetivo controlar o sul do Líbano ao longo da fronteira, para impedir que os milicianos do Hezbollah lancem seus foguetes contra o norte do território israelense.
Também a aviação israelense continuou hoje os bombardeios contra alvos no Líbano, que hoje se concentram na região de Tiro.
Na noite deste domingo, pelo menos seis civis, entre eles um bebê, ficaram feridos durante os bombardeios aéreos israelenses contra o acampamento de Rachadiyeh, na região de Tiro, nos quais seis membros da Cruz Vermelha libanesa também ficaram feridos enquanto socorriam as vítimas.
Apesar das operações militares israelenses, os guerrilheiros do Hezbollah dispararam no domingo
mais de 90 foguetes, grande parte deles contra a cidade
portuária e industrial de Haifa, onde dois civis morreram e dezenas ficaram feridos, e também houve grande dano material.
Em Beirute, a imprensa afirmou que Nasrallah entregou ao governo do primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, uma primeira lista de presos libaneses, palestinos e de outros países para trocá-los pelos dois soldados israelenses seqüestrados no dia 12 deste mês.
Um deputado do Hezbollah, Nawar Salhi, declarou hoje que a Resistência Islâmica, braço armado do grupo xiita, "está preparada para um combate de vários meses" contra o Exército israelense.
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