| 24/07/2006 09h04min
Os países do Grupo dos Seis (G6), maiores potências comerciais do mundo, fracassaram hoje em suas conversas para romper com a estagnação da Rodada do desenvolvimento de Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC).
– Agora estamos em uma crise real – disseram fontes diplomáticas após a reunião que deixou clara a incapacidade de União Européia (UE), Estados Unidos, Japão, Austrália, Índia e Brasil de chegar a um acordo sobre pontos essenciais das negociações comerciais, relativos à agricultura e a produtos industriais.
– Foram suspensas as reuniões que estavam previstas para hoje e também as que o G6 tinha anunciado que realizaria na próxima semana – acrescentaram.
Outras fontes indicaram que "nem americanos nem europeus cederam em suas posições iniciais" sobre a redução de subsídios internos, os primeiros, e em abertura de mercados agrícolas, os segundos.
Representantes e ministros de Comércio das seis potências
comerciais iniciaram neste domingo em Genebra uma rodada
de reuniões que estava prevista para continuar hoje.
O objetivo era desbloquear o processo negociador, depois do fracasso das reuniões ministeriais realizadas com esse mesmo fim em abril e junho passados.
Embora qualquer acordo deva receber o aval dos 149 países-membros da OMC, os participantes das negociações reconhecem que um entendimento entre o G6 é indispensável para se alcançar acordos nas diferentes áreas do processo.
A Rodada de Doha, que foi lançada em novembro de 2001 e que deveria ser concluída no final de 2004, tem o propósito de chegar a acordos substanciais que tornem possível a liberalização do comércio agrícola, industrial e de serviços.
Nos últimos meses, as conversações se concentraram em grande medida no setor agrícola, no qual os Estados em desenvolvimento pedem a abertura dos mercados dos países ricos, aos quais também exigem a eliminação de suas ajudas agrícolas internas e de seus subsídios às
exportações.
Por sua parte, os países desenvolvidos
reivindicam ao mundo em desenvolvimento que diminua suas tarifas às importações de bens industriais. A suspensão das reuniões do G6 revela que, mais uma vez, foi impossível conseguir uma convergência nesses aspectos fundamentais.
Por sua parte, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, convocou uma reunião a partir das 10h de Brasília com os chefes de delegação dos 149 membros dessa instituição para abordar a atual situação.
Além disso, Lamy espera que os representantes do G6 expliquem os motivos que levaram suas deliberações ao fracasso.
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