| 25/07/2006 12h20min
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que muitos hospitais e centros de saúde libaneses foram atingidos durante os confrontos entre Israel e a milícia xiita Hezbollah e enfrentam problemas graves de funcionamento pela falta de carburante e de eletricidade. O representante da OMS no Líbano, Jaouad Mahjour, disse em entrevista coletiva transmitida por telefone em Genebra que o carburante e a eletricidade são indispensáveis para que os hospitais e as unidades de atendimento primário possam realizar seu trabalho e que uma possível falta deles nos próximos dias pode causa sérias dificuldades.
Mahjour afirmou ainda que outra das maiores preocupações da agência especializada da ONU sobre a situação sanitária do país está nas 125 mil pessoas que estão instaladas nos 581 refúgios "básicos" estabelecidos em escolas, edifícios e jardins públicos.
– Em todos eles, há uma grande carência de higiene e de salubridade. Também há a necessidade de remédios para doenças crônicas como diabetes, hipertensão e asma, que as pessoas não tiveram tempo de levar na hora da evacuação – afirmou o representante da OMS.
Além disso, a destruição da infra-estrutura pública e das vias de acesso à população ferida e deslocada representa um desafio nos momentos de garantir o atendimento médico e a cobertura de necessidades básicas, como a distribuição de água potável.
– À medida que a devastação aumenta e que mais pessoas abandonam suas casas, as necessidades sanitárias da população são obviamente maiores – declarou Asa Din Alwan, representante do diretor-geral da OMS.
Diante do aumento de eventuais epidemias por causa da precariedade do sistema de saúde do país, a entidade multilateral uniu seus esforços com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para realizar um programa de vacinação para doenças como o pólio e a rubéola.
Os dois analistas da OMS disseram que também se trabalha em várias "prioridades chaves", como a coordenação da resposta ministerial aos problemas sanitários, à ajuda psicológica, ao controle das doenças crônicas, ao atendimento a crianças, idosos e grávidas e à destruição de instalações do sistema de saúde.
Embora tenha elogiado a "rápida mobilização" da sociedade civil libanesa e das autoridades do país para ajudar os feridos e refugiados, Mahjour afirmou que "a situação piora a cada dia" e que a dificuldade de acesso aos mais atingidos não permite que o trabalho da OMS "seja tão eficaz como se desejava".
A OMS calculou que o valor de toda a ajuda com a qual espera atender os 800 mil libaneses atingidos pelo conflito chega a cerca de US$ 14 milhões.
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