| 19/07/2002 07h50min
As constantes ameaças aos prefeitos da Colômbia fizeram com que o presidente do país, Andrés Pastrana, anunciasse uma importante medida na área militar. Ele criou nessa quinta, dia 18, um novo corpo do exército composto por 10 mil soldados, que terá a missão de proteger a infra-estrutura nacional e os prefeitos ameçados de morte pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
De acordo com o projeto, os 10 mil soldados vão ser distribuídos em 179 municípios nos quais os guerrilheiros pretendem atacar. Em muitos desses municípios, não há a presença da polícia nem de forças militares. Essa é uma das primeiras medidas que o governo toma para solucionar a grave crise envolvendo as autoridades locais ameaçadas pelas Farc. A guerrilha ameaça matar prefeitos, governadores, juízes e funcionários municipais que não renunciarem a seus cargos. Com isso, os rebeldes estariam buscando a desestruturação do Estado.
– Vivemos uma difícil situação – disse Pastrana, durante um ato público em Medellín.
Apesar do anúncio do presidente, as Farc prosseguiram ontem com suas ameaças. Uma facção guerrilheira que opera no centro do país e na fronteira com a Venezuela ordenou a seus militantes que matassem ou seqüestrassem funcionários de 10 departamentos (equivalente a Estados) que ainda não renunciaram a seus cargos. O comunicado foi divulgado na página da Agência de Notícias da Nova Colômbia (Anncol) na Internet, que transmite informações dos rebeldes.
Em Cartagena, a mais importante cidade turística no litoral da Colômbia, quatro pessoas morreram e 10 ficaram feridas em uma explosão. A polícia acredita que uma bomba com 30 quilos de explosivos tenha sido detonada dentro de uma casa na periferia da cidade. A explosão – que pode ter sido acidental – destruiu duas construções e danificou outras seis.
– Estamos investigando se as pessoas estavam com a bomba no interior de um dos apartamentos e se estavam manipulando o artefato – informou um policial Autoridades militares e policiais admitiram que nas proximidades de Cartagena operam comandos urbanos das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN), os dois principais grupos guerrilheiros da Colômbia.
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