O rebanho de fiéis da Igreja Católica em Santa Catarina não está diminuindo, ao contrário do que indicam os dados do Censo 2000 divulgados em maio deste ano. É o que garante o arcebispo de Florianópolis, dom Murilo Krieger, com base em um levantamento feito pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em todas as dioceses do país. Segundo ele, o número de católicos cresceu em termos absolutos desde o censo anterior, realizado em 1991 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de ter reduzido seu percentual em comparação com outras denominações religiosas.

De acordo com o Censo 2000, os católicos representam 80,2% da população catarinense. Apesar de mantida a hegemonia, uma década antes eles representavam 86,4%. No mesmo período, a participação dos evangélicos no Estado subiu de 11,7% para 15,4%. Segundo o IBGE, também aumentou o número de adeptos do espiritismo e o dos que se dizem sem religião. Para dom Murilo, a fuga de fiéis para outras religiões ocorreu em um grupo que se dizia católico, porém não praticante.

Uma pesquisa feita nas 64 paróquias de 30 municípios da Arquidiocese de Florianópolis, no entanto, comprovou o fôlego da Igreja Católica. De acordo com o Questionário Estatístico Anual, distribuído e depois compilado pela CNBB, o número de casamentos, batizados e catequeses realizados em 2001 na região ficou bem acima ao ano anterior. A procura por estes sacramentos aumentou, respectivamente, 10,9%, 13,6% e 27,8%.

O arcebispo de Florianópolis credita a aparente perda de fiéis à influência dos meios de comunicação, cujo uso tem sido disseminado pelos evangélicos. Dom Murilo avalia que a transmissão de cultos pelo rádio e televisão tem um efeito especialmente forte nos dias de hoje, em que há um isolamento das pessoas. Ele reconhece que os católicos poderiam ter explorado melhor a comunicação de massa, mas ressalta que a fidelidade é mais importante que a quantidade de fiéis.