| 19/07/2002 17h12min
A Bolsa de Nova York despencou 4,64% nesta sexta-feira, dia 19, atingindo o menor nível desde outubro de 1998, na época da crise russa, e levou consigo os mercados de capitais em todo o mundo. Na Europa, a queda superou os cinco pontos percentuais em Paris e Frankfurt.
O contágio também atingiu o mercado brasileiro, embora com menor impacto.
A expectativa de novo acordo do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a partir da visita da vice-diretora-gerente da instituição, Anne Krueger, na próxima semana, amenizou o abalo. Mas, o dólar voltou a subir e fechou cotado a R$ 2,870 para compra, alta de 0,63%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por sua vez, teve queda de 2,12%.
Nem os ataques terroristas em setembro significaram um golpe tão potente nos mercados financeiros do que a série de escândalos contábeis que minam a confiança dos investidores nos Estados Unidos. A notícia de que a gigante de produtos infantis e farmacêutica Johnson & Johnson está sob investigação criminal foi recebida aos sustos. O governo norte-americano investiga se o medicamento Eprex, fabricado pela companhia e usado no tratamento de anemia, tornaria o organismo humano dependente de transfusões de sangue por toda a vida. Também há suspeitas de fraude – a companhia teria omitido os efeitos colaterais em seus registros. As ações da Johnson & Johnson caíram 15,8% ontem.
Além disso, Microsoft, Ericsson e SunMicrosystems, empresas do setor tecnológico, informaram fracas projeções de vendas para o próximo ano. A Ericsson, maior fornecedora mundial de equipamentos para redes de telefonia, também anunciou prejuízo de US$ 290 milhões no segundo trimestre deste ano.
– Não há nada além de más notícias – disse Matt Holscher, diretor para a Nasdaq da corretora WR Hambrecht.
Desde o discurso do presidente dos EUA, George W. Bush, no último dia 9, em Nova York, para assegurar o mercado financeiro que a economia do país é sólida e sugerir medidas voluntárias para coibir os escândalos contábeis, o índice Dow Jones recuou 13,5%. Na semana, a queda foi de 7,7%. É a oitava semana, dentre as últimas nove, que o índice fecha no vermelho.
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