| 27/07/2006 17h29min
O sujeito sai da cidade sob um calor de quase 30º, entra em um ônibus com ar refrigerado, sai do ônibus, pega mais calor, entra em um avião com mais ar refrigerado, sai do avião, vai para um hotel onde fica trancado no quarto com ar refrigerado até o dia seguinte, quando sai, toma novo ônibus e vai jogar sob uma temperatura de quase 30º. Quando volta para casa, a cidade esfriou em 10º. Essa rotina, que deixaria qualquer mãe de cabelos em pé durante o inverno, foi a mesma dos atletas da dupla Ca-Ju na última semana.
Não deu outra: no Estádio Centenário, o zagueiro Michell, o meia Neném e o atacante Rafael Paty estão gripados. No Alfredo Jaconi, o vírus passou como uma avalanche, deixando mais gente debilitada: toda zaga titular (Antônio Carlos, Fabrício e Rafael), o meia Marcel, o volante reserva Márcio e, desde esta quarta, o volante titular Walker. Além deles, o preparador físico Rodrigo Poletto, o massagista Edson de Camargo (o Massa) e o próprio médico do clube, Iran Cercatto.
Além dos gripados, Ivo Wortmann ainda não pode contar com os zagueiros Fábio Ferreira e Éderson, contundidos, e o atacante Éder Ceccon, suspenso pelo terceiro amarelo. O zagueiro Igor, recuperando-se de uma lesão no joelho, apenas nesta quarta foi liberado para trabalhos com bola.
A boa notícia é o otimismo de Cercatto para a recuperação e o aproveitamento da maioria dos atuais debilitados até sábado, às 16h, no Jaconi, contra o Figueirense. Principalmente às custas das injeções das quais nenhum suspeito de gripe está escapando desde o retorno de Santos.
– Acho que não vai ter problema. O jogo é só sábado e vai dar para encarar – disse o zagueiro Antônio Carlos.
Na quarta, enquanto a maior parte dos jogadores trajava agasalhos completos, de calças longas e moletons, alguns até de gorro e jaqueta, o atacante Éder Ceccon desfilava tranqüilamente com calção e uma camiseta sem mangas, ambos ensopados pela chuva. Na frente da camiseta branca, a frase que demonstrava toda fé no seu sistema imunológico: "Deus me protege".
Depois apareceu o volante Renan, que em Santos dividiu quarto com o meia Alexandre, suspeito de ter sido o primeiro gripado da turma. Sua resposta ao ser perguntado se temia tornar-se a nova vítima do vírus:
– Índio não pega essas coisas.
"Índio" vem a ser o apelido pelo qual Renan é conhecido entre os amigos, como o centroavante Christian, com quem jogou no São Paulo.
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