| 28/07/2006 13h16min
Um em cada cinco habitantes do Líbano deixou sua casa devido às hostilidades entre Israel e a milícia radical xiita Hezbollah, afirmou hoje o Programa Mundial de Alimentos (PMA), que disse estar em uma corrida contra o relógio para levar ajuda aos deslocados. Dois comboios da agência humanitária partiram hoje de Beirute para o sul do Líbano, considerado por Israel o reduto do Hezbollah, e onde se concentraram os bombardeios das forças israelenses. Esta é a região com o maior número de vítimas.
A porta-voz do PMA em Genebra, Christiane Berthiaume, disse que, se tudo der certo, o organismo poderia enviar dois comboios por dia a partir da próxima semana, referindo-se aos problemas de segurança que impediram nas últimas semanas que a ajuda de emergência chegasse à população. Recentemente, o PMA anunciou um plano para distribuir alimentos nos próximos três meses a 300 mil deslocados libaneses, que somam de 700 mil e 800 mil pessoas, segundo cálculos da ONU. A porta-voz indicou que, por enquanto, começou a distribuição de mantimentos a cerca de 20 mil libaneses que cruzaram a fronteira com a Síria.
No entanto, Berthiaume alertou que a situação é alarmante e que continuam chegando relatórios do pessoal humanitário que está no Líbano, que relatam que centenas de pessoas caminham pelas estradas com direção ao norte, fugindo dos bombardeios. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou também hoje que o primeiro comboio com remédios e material médico, suficiente para 50 mil pessoas durante três meses, conseguiu entrar no Líbano e se dirige à região de Tiro, ao sul do país, uma das mais afetadas pelos ataques israelenses.
No entanto, um porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse que, embora comecem a haver sinais de um acesso interrompido e mais amplo às povoações afetadas, se trata de "um acesso muito limitado, se comparado à magnitude da emergência".
– Estamos muito preocupados com o contínuo aumento do número de deslocados, dos quais a metade são crianças – acrescentou.
Tanto a OMS, como o Unicef, expressaram sua preocupação com o aumento de casos de diarréia entre as crianças, que estão amontoadas com suas famílias em escolas e locais públicos, que no total abrigariam pelo menos 125 mil pessoas em condições insalubres. Por isso, a organização sanitária enviará três especialistas – em nutrição, água e saneamento, e recém-nascidos – para recorrer a esses abrigos temporários para avaliar a situação.
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) afirmou que, "depois de dias de impaciente espera na Síria", a organização acredita que seus comboios, carregados com 500 toneladas de ajuda de diversos tipos, poderão entrar em território libanês no início da próxima semana.
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