| 22/07/2002 07h12min
Diretores da gigante das telecomunicações WorldCom decidiram declarar a falência da empresa na madrugada desta segunda-feira, dia 22. É a maior quebra da história norte-americana. A WorldCom, a segunda operadora em telefonia de longa distância nos Estados Unidos e controladora da Embratel, revelou no fim do mês passado prejuízo de US$ 3,85 bilhões.
A companhia decidiu recorrer ao Capítulo 11 da Lei de Falências, o que irá lhe permitir operando enquanto chega a um acordo com seus credores, segundo o jornal. O capítulo estabelece medidas legais de proteção, evitando que os credores entrem na Justiça contra a empresa até que seja estabelecido um acordo sobre como a dívida será paga. A quebra será maior do que a declarada pela gigante da energia Enron em dezembro passado.
A WorldCom tem ativos calculados em US$ 103,8 bilhões. A Enron tinha US$ 63,4 bilhões em ativos quando recorreu à lei. A WorldCom revelou no fim de junho – após auditoria interna solicitada pela nova direção – a maior fraude contábil da história norte-americana, com US$ 3,85 bilhões de gastos correntes contabilizados como investimentos durante cinco trimestres. Essa manipulação permitiu ao grupo declarar lucros durante esse período ao invés de perdas.
Se a WorldCom tivesse realizado uma contabilidade honesta, teria reportado perdas líquidas para 2001 e para o primeiro trimestre de 2002. Mas, reclamou lucros de US$ 1,4 bilhão no ano passado e US$ 130 milhões no primeiro trimestre de 2002. A empresa, com sede em Clinton (sul do Mississippi), vai decretar falência na cidade de Nova York, segundo o Wall Street Journal.
Os insistentes rumores sobre a quebra diminuíram a capitalização da WorldCom na sexta-feira, dia 19, a US$ 280 milhões.
– Se conseguirmos sair da quebra sem o peso das dívidas, podemos ter uma posição forte no mercado – disse ontem o presidente da WorldCom, John Sidgmore.
A empresa vai cuidar agora de reestruturar sua dívida de US$ 32,8 bilhões, informou o Wall Street Journal, saindo de setores que não são sua especialidade e se concentrando em negócios-chave. Sidgmore advertiu que a sobrevivência da empresa é um assunto de “segurança nacional”, porque “tem um papel importante na infra-estrutura das telecomunicações dos Estados Unidos”. O grupo conta com 20 milhões de clientes, além de controlar o maior provedor de Internet (Internet Service Provider, ISP) do país.
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