O presidente da Bolívia, Evo Morales, expressou hoje preocupação pela saúde de seu homólogo cubano, Fidel Castro, submetido a uma cirurgia nesta segunda-feira, e se disse convencido de que o líder da ilha caribenha superará "com muita força" o problema.

Em entrevista exclusiva à Agência EFE na residência presidencial de La Paz, o socialista Morales disse que entrou em contato com o embaixador de Cuba em La Paz, Rafael Dausá, no início da manhã, que informou que a operação foi realizada com sucesso.

"Nosso desejo é de que se recupere", disse o governante boliviano, que está engessado na altura do nariz devido a uma fratura sofrida no último domingo enquanto jogava futebol. Devido ao acidente, pediu para que não fossem tiradas fotografias durante a entrevista coletiva.

Morales, aliado ideológico e amigo de Fidel Castro, teve apenas palavras de carinho e admiração para o governante cubano, por "sua solidariedade" e por "mandar tropas para salvar vidas" a outros países, em alusão à assistência médica cubana prestada na nação andina.

"É um sábio e, portanto, estamos preocupados. Queremos daqui fazer força para que a qualquer momento tenhamos um tempo para visitá-lo, confortá-lo. Esse é o meu desejo", acrescentou.

O chefe de Estado boliviano esclareceu que fará essa visita "depois de agosto", já que foi adiada até 2 de dezembro a comemoração em Havana do 80º aniversário de Castro. Sobre a nova data, anunciou sua intenção de levar pessoalmente ao líder cubano o bolo de coca que chegou a prometer a Fidel publicamente semanas atrás.

"É importante que vá provando, sempre que sua saúde permitir", brincou, sobre o bolo elaborado com a folha dessa planta que na Bolívia é utilizada com fins medicinais, mas que também serve de matéria-prima para narcotraficantes na elaboração de cocaína.

Após a divulgação da doença e da operação de Castro, que delegou suas funções políticas e institucionais a seu irmão Raúl e a outros colaboradores, Morales enviou ontem à noite uma carta desejando ao líder da Revolução Cubana "pronta recuperação".

Morales e Castro se reuniram pela última vez há duas semanas em Córdoba (Argentina), durante cúpula do Mercosul.

AGÊNCIA EFE